A porta-voz na língua árabe do Departamento de Estado norte-americano renunciou ao cargo, nesta quinta-feira (25/04), por se opor à política de Washington que age em cumplicidade com Israel nas operações militares em curso no enclave palestino, desde 7 de outubro.
Segundo a emissora catari Al Jazeera, Hala Rharrit também foi vice-diretora do Dubai Regional Media Hub e ingressou no organismo norte-americano há quase duas décadas, como funcionária responsável por assuntos políticos e de direitos humanos.
O anúncio foi brevemente publicado por meio da rede social LinkedIn.
“Renunciei em abril de 2024, após 18 anos de serviços distintos em oposição à política de Gaza dos Estados Unidos”, escreveu Rharrit.
Segundo o jornal israelense The Times of Israel, um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano chegou a ser questionado sobre a renúncia de Rharrit, durante uma coletiva de imprensa realizada nesta mesma quinta-feira. O funcionário respondeu que o órgão tem “canais para que a sua força de trabalho compartilhe opiniões”, incluindo as de críticas relativas às políticas do governo.
A Al Jazeera relatou outros episódios semelhantes. Há quase um mês, Annelle Sheline, do escritório de direitos humanos do Departamento de Estado, também apresentou sua renúncia. Já no ano passado, em outubro, quando Israel passou a intensificar suas operações no território palesitno, outro funcionário do organismo, Josh Paul, deixou seu cargo.
Já um alto funcionário do Departamento de Educação norte-americano, Tariq Habash, que é palestino-americano, abandonou o órgão em janeiro.
Nos últimos meses, os Estados Unidos têm sido alvo de críticas pela comunidade internacional e por grupos de direitos humanos devido à sua cumplicidade com Israel, que já cometeu mais de 34 mil fatalidades na Faixa de Gaza e causou uma crise humanitária na região.
As operações israelenses, que seguem em curso no enclave palestino, também são motivo dos recentes protestos pró-Palestina realizados em universidades norte-americanas, os quais defendem “a interrupção de quaisquer parcerias ou colaborações com instituições ou entidades que defendem ideologias sionistas, que perpetuam a opressão e a injustiça sistêmicas contra o povo palestino”.