Após as insinuações da ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, sobre a presença do grupo libanês Hezbollah no Chile e na Bolívia provocarem reações dos respectivos governos, a representante do governo argentino ligou para sua homóloga chilena Carolina Tohá, a fim de emitir um pedido de desculpas. Apesar da iniciativa para com Santiago, o mesmo não foi feito com La Paz.
A ligação entre Bullrich e Tohá foi informada por meio de um comunicado publicado nas redes sociais do Ministério de Segurança da Argentina, também veiculado pelo presidente do Chile, Gabriel Boric. No entanto, o documento foi excluído nas contas do ministério argentino e permanece agora apenas no perfil de Boric.
Si una autoridad de otro país tuviera antecedentes sobre actividades ilícitas en el nuestro, lo que corresponde es que lo plantee vía diplomática, no por la prensa. Mi deber como Presidente de la República es defender el nombre y la seriedad institucional de Chile en todas las… pic.twitter.com/N8tJRQuMeW
— Gabriel Boric Font (@GabrielBoric) April 17, 2024
O comunicado argentino pedia desculpas ao governo chileno e negou suas próprias alegações sobre a presença de células do grupo armado libanês Hezbollah em Iquique, na fronteira entre Chile e Bolívia.
Bullrich também argumentou que suas alegações foram feitas “no âmbito de uma análise da situação regional, dentro das funções de seu cargo [como Ministra da Segurança] e não tinham objetivo de provocar medo ou alarme no Chile”.
Por fim, o documento ainda reafirmava o compromisso de relações entre Argentina e Chile, de forma que Bullrich e Tohá devem se encontrar-se em uma reunião bilateral na próxima semana.
Por sua vez, Boric declarou sobre o documento: “Se uma autoridade de outro país tem um histórico de atividades ilegais no nosso, é apropriado que o levante através da diplomacia e não através da imprensa. Para combater o crime organizado transnacional precisamos de uma colaboração permanente entre os Estados, que é precisamente o que promovemos desde o Chile”, também escreveu o líder chileno.
“Meu dever como Presidente da República é defender o nome e a seriedade institucional do Chile em todas as instâncias”, finalizou ao declarar que as “desculpas” foram aceitas e “consideramos o assunto encerrado”.
(*) Com Ansa