Mais de um milhão de assinaturas em oito dias. Os indignados espanhóis conseguiram coletar esse volume de apoio por meio da plataforma Change.org para exigir a demissão do chefe de Governo do país, Mariano Rajoy, assim como da cúpula do PP (Partido Popular).
A petição, divulgada em 31 de janeiro pelo madrilenho Pablo Gallego, é a que mais adesão teve em um curto espaço de tempo na plataforma, ao reunir 430 mil assinaturas em pouco mais de 24 horas.
A iniciativa surgiu após serem tornados públicos supostas gratificações que o ex-tesoureiro do PP, Luis Bárcenas, pagava à cúpula conservadora. Entre os envolvidos estão Rajoy e outros membros do governo.
Investigação
Bárcenas negou nesta quarta-feira (06/02), em depoimento, a existência de um caixa dois no partido entre 1990 e 2009. Ele, que foi responsável pelas finanças do partido entre 2008 e 2009, depôs por mais de duas horas diante de promotores em Madri e fez um teste para comparar a sua caligrafia com a encontrada nos cadernos manuscritos que registraram, fora da contabilidade oficial do partido, doações periódicas de empresários à cúpula do PP. Bárcenas negou que a letra seja sua.
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Antes do depoimento do ex-tesoureiro, os promotores ouviram o ex-deputado do PP Jorge Trías Sagnier, que reconheceu a existência de pagamentos extras no partido. “Cumpri meu dever”, disse Sagnier ao deixar o local.
Hoje é a vez de Álvaro Lapuerta, tesoureiro do PP entre 1993 e 2008, depor. Em comunicado divulgado na última semana, ele negou que as informações contidas nos documentos divulgados pelo jornal El País se refiram ao período em que foi responsável pelas contas.
Segundo o diário, a Procuradoria ainda convocará a depor 15 empresários apontados nos documentos do PP. A investigação pretende revelar se houve favorecimento dessas companhias –a maioria do ramo de construção– em contratos públicos, o que configuraria crimes como prevaricação, malversação e tráfico de influências.
* Com informações do Publico.es e do El País