Apesar do início dos ataques aéreos dos Estados Unidos contra posições do Estado Islâmico (EI) na última sexta-feira (08/08), o grupo extremista continua ampliando a zona de ocupação, que se estende entre o Iraque e a Síria. Nesta quarta-feira (13/09), tropas do grupo jihadista tomaram o controle de seis localidades no nordeste da província síria de Aleppo, no norte do país, após duros enfrentamentos com outras organizações islamitas rivais.
Agência Efe
Igreja cristã foi ocupada pelo EI em Mosul; expansão do movimento continua
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) informou que o EI ocupou as aldeias de Al Masudiya, Al Aziziya, Dubiq, Al Gour, Turkoman e Ajtarin, após a retirada da Frente al Nusra – filial da rede terrorista Al Qaeda na Síria, junto com outras facções armadas islamitas.
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Ajtarin é considerada uma zona estratégica para o EI porque abriu as portas para Maré, o mais importante reduto da Frente Islâmica; e para Azaz, perto da fronteira turca, e a expectativa é que estas duas zonas sejam os dois próximos alvos da organização jihadista. A entrada do EI nessas seis localidades faz parte da tentativa de dominar o norte de Aleppo, que somaria às suas posições nas províncias orientais de Al Raqqah e Deir ez Zor.
Os combates entre o EI, por um lado, e a Frente al Nusra e as brigadas islamitas aliadas, do outro, causaram um número indeterminado de mortos e feridos nos dois lados, enquanto prosseguem os confrontos nos arredores da aldeia Arshaf. O OSDH também destacou que a Brigada Dawoud al Islami, que jurou no começo de junho passado lealdade ao EI, teve um grande participação nos choques e na ocupação dessas seis localidades.
No domingo, o EI tomou o controle de três localidades no leste da província síria de Deir Zur, após vários dias de confrontos com os combatentes tribais dali. Na sexta-feira, no mesmo dia em que começaram os ataques norte-americanos, insurgentes do Estado Islâmico expulsaram milícias curdas e tomaram o controle da represa de Mosul, maior do Iraque e fonte de água estratégica na região. Segundo informação da Reuters, o grupo convocou engenheiros para fazer reparos na estrutura da instalação após os confrontos que levaram à expulsão dos curdos.
Mariane Roccelo/Opera Mundi
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Desde junho, os islâmicos jihadistas capturaram vastas áreas do norte iraquiano, executando prisioneiros não-sunitas, deslocando dezenas de milhares de pessoas e desencadeando os primeiros ataques aéreos do Estados Unidos na região desde que Washington retirou suas tropas em 2011.
Ataques a Bagdá
Pelo menos 12 pessoas morreram e outras 81 ficaram feridas em vários atentados na noite de terça-feira em zonas de maioria xiita em Bagdá. A explosão de um carro-bomba matou dez pessoas e feriu outras 51 no bairro de Karrada, de maioria xiita, perto da Zona Verde, onde ficam os principais edifícios institucionais e estratégicos da capital.
Após o atentado, moradores protestaram contra os altos cargos policiais da capital pela falta de cooperação que existe entre os diferentes corpos de segurança para impedir este tipo de ataque. O segundo atentado aconteceu em Al Zafraniya, também de maioria xiita, no sudeste de Bagdá, onde morreram duas pessoas e outras 15 ficaram feridas. Outros três artefatos explodiram no populoso bairro xiita de Cidade de Sadr, no leste da capital iraquiana, ferindo pelo menos 15 pessoas.
Agência Efe
Atentados em Bagdá deixaram pelo menos 12 mortos e 81 feridos
Ajuda humanitária
Os Estados Unidos enviarão mais 130 militares ao norte do Iraque de maneira temporária para reforçar a missão humanitária de ajuda aos refugiados no monte Sinjar. O secretário de Defesa, Chuck Hagel, confirmou em discurso para 200 fuzileiros navais na base californiana de Camp Pendleton que o destacamento chegou ontem a Erbil, a capital da região autônoma do Curdistão iraquiano.
Os soldados têm a missão de ajudar às cerca de 40 mil pessoas, a maioria yazidis curdos e cristãos, que estão ainda presas no monte Sinjar e com necessidade urgente de água, comida, refúgio e remédios. “As tropas estão lá para analisar de perto a situação e fazer uma avaliação profunda de como podemos continuar a ajudar os iraquianos”, explicou Hagel, que insistiu que eles não realizarão missões de combate.
Ajuda militar
Tomando decisão em outra direção, o presidente da França, François Hollande, afirmou nesta quarta-feira, em coordenação com as autoridades de Bagdá, que enviará armas para o Iraque nas “próximas horas” para combater os jihadistas do EI. A decisão, segundo o Palácio do Eliseu, foi tomada para “responder às necessidades urgentes expressadas pelas autoridades regionais do Curdistão”.
No dia 7 de agosto, Hollande conversou com o presidente da região autônoma do Curdistão, Massoud Barzani, e confirmou a disponibilidade da França para oferecer apoio às forças que combatem o EI. Segundo comunicado do Eliseu, a “França tomou há vários dias as medidas necessárias para apoiar a capacidade operacional das forças” envolvidas na luta contra o EI.
“Deve manter-se a mobilização em favor do Curdistão e em benefício de todo Iraque. A coordenação da ajuda internacional é essencial”, acrescentou a nota, que ressalta o apoio da França ao primeiro-ministro designado do Iraque, o xiita Haidar al Abadi.
O governo francês frisou ainda ou respaldo ao presidente iraquiano, Fouad Massoum, e ao presidente do parlamento, Salim al Jabouri, e considerou “essencial que se inicie rapidamente um governo de união, representativo de todas as comunidades iraquianas, para lutar com eficácia contra o EI”.
(*) Com agências