A coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos bombardeou posições do EI (Estado Islâmico) na cidade de Al Raqqah, considerada o principal reduto do grupo jihadista na Síria. Também foram realizados ataques de dois aviões militares britânicos no norte do Iraque contra o grupo.
Agência Efe
Milhares de turcos tentam entrar na Síria em solidariedade aos curdos de Kobani, cidade tomada pelo EI
O Observatório Sírio de Direitos Humanos explicou em um comunicado que foram escutadas pelo menos 30 explosões em Al Raqqah, localizada no norte da Síria.
A ONG disse também que bombardeios – supostamente desta aliança – foram realizados em vários bairros da cidade de Kobani, localizada no norte da Síria junto à fronteira com a Turquia, assim como nos povoados vizinhos de Alishar e Sitalab.
Na manhã deste sábado, dois aparatos carregados com explosivos guiados por laser e mísseis das Forças Aéreas Britânicas (RAF) decolaram da base área de Akrotiri, no Chipre. A ação ocorre um dia após o parlamento aprovar a adesão do Reino Unido à ofensiva aérea no Iraque.
O primeiro-ministro, David Cameron, afirmou hoje que o Reino Unido está “preparado” para desempenhar sua parte na ofensiva desdobrada contra o EI. Ele ressaltou que a coalizão internacional à qual os britânicos passaram a integrar é liderada pelo “governo iraquiano, o governo legítimo do Iraque, e suas forças de segurança”.
Cameron esclarceu que as tropas que combaterão o Estado Islâmico no terreno não serão britânicas, mas soldados curdos e o próprio Exército iraquiano. O texto aprovado pelo parlamento descarta, por enquanto, ataques britânicos na Síria.
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O Estado Islâmico, no entanto, aguarda por enfrentamentos terrestres. Em uma mensagem de 32 minutos publicada na internet, o principal porta-voz do EI, Shaykh Abu Muhammad al-Adnani, ironizou os ataques da coalizão internacional. “É só isso que podem fazer?”, disse, dirigindo-se ao presidente Obama, como noticiou a BBC.
“Os Estados Unidos e seus aliados são incapazes de nos enfrentar aqui em terra?”. Al-Adnani afirmou que ao enviar armas e equipamentos para os soldados, o material da coalizão “vai acabar como espólio de guerra em nossas mãos. Vejam os seus veículos blindados, máquinas, armas e equipamentos: estão em nossas mãos. Alá nós concedeu e vamos enfrentá-los com eles”.
Para o diretor do Centro Internacional para o Estudo da Radicalização, em Londres, Peter Neuman, em entrevista à BBC, “os vídeos de execuções (de reféns ocidentais) eram isca para provocar uma reação excessiva. No momento em que botas ocidentais pisam o terreno, tudo se transforma na velha narrativa do Ocidente contra o Islã, e eles podem alegar que eles estão lutando contra a ocupação”, analisa.
*Com informações da Agência Efe e da BBC