Com 84,6% dos votos apurados, o resultado esperado das eleições realizadas em Mianmar no último domingo (08/11) foi confirmado nesta sexta-feira (13/11). Exatamente cinco anos após ser liberada da prisão domiciliar, Aung San Suu Kyi vê seu partido, a LND (Liga Nacional da Democracia), conseguir maioria no Parlamento.
A comissão eleitoral do país confirmou hoje que a LND tem 369 das 664 cadeiras nas duas câmaras do Parlamento, número que pode aumentar nos próximos dias. Isso representa dois terços das cadeiras disputadas na eleição, já que 25% delas permanecem reservadas para os militares, que há anos governam o país.
Agência Efe
Aung San Suu Kyi, líder da LND (Liga Nacional da Democracia)
O presidente do Parlamento de Mianmar e número três da última junta militar governante, Shwe Mann, assim como o presidente em exercício do Partido União, Solidariedade e Desenvolvimento, Hatay Oo, já haviam admitido na última segunda-feira (09/11) a derrota nas eleições.
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A escolha do novo presidente do país se dará em janeiro, quando o Parlamento voltar do recesso. Suu Kyi não pode ser presidente – a Constituição do país veta para o cargo candidatos com familiares estrangeiros, e seus dois filhos têm passaporte britânico – mas ela já afirmou que escolherá o próximo mandatário e que governará “acima dele”. Ela convocou “conversas de reconciliação nacional” com o presidente do país, Thein Sein, e com o chefe militar, Min Aung Hlaing.
Mianmar foi governada por regimes militares de 1962 até 2011, quando a última junta passou o poder a um governo civil que começou a aplicar reformas políticas, econômicas e sociais para implementar uma “democracia disciplinada”. Este pleito é considerado o início de uma transição política pacífica.
Suu Kyi passou no total por mais de 15 anos de prisão domiciliar por sua oposição ao governo e reivindicação da transição para a democracia. Na última eleição geral, em 1990, seu partido venceu com maioria absoluta nas urnas, mas o resultado não foi reconhecido pelo Exército de Mianmar.