O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, declarou nesta segunda-feira (10/06), que as instituições multilaterais estão ‘paralisadas’, permitindo que os ‘princípios humanitários básicos’ em Gaza sejam desrespeitados.
Segundo o chanceler brasileiro, “as Nações Unidas e outras instituições multilaterais estão marginalizadas ou paralisadas, e o direito internacional, incluindo princípios humanitários básicos, está sendo flagrantemente desconsiderado, como estamos testemunhando em Gaza”.
Em Nizhny Novgorod, Rússia, durante um encontro de chanceleres dos países membros do BRICS, Vieira destacou a necessidade do reforço do multilateralismo de organizações como a ONU e o BRICS para confrontar os problemas globais e dar mais voz ao Sul Global.
“Esta reunião ocorre contra o pano de fundo de um mundo em desordem. Um mundo que não conseguiu superar a fome e a pobreza, que está caminhando para um ponto de inflexão no aquecimento global e que não evitou a eclosão de conflitos e desastres humanitários”, disse Vieira.
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Vieira falou ainda sobre uma das principais pautas do grupo, a cooperação econômica e financeira em uma moeda local comum
No entanto, aponta ele, “contra todas as probabilidades”, o BRICS “materializa a crescente influência do Sul Global nos assuntos internacionais”.
Assim, Vieira pediu igualmente o reforço do multilateralismo, particularmente nas Nações Unidas, e sugeriu uma “categoria de associação ao BRICS”, que, segundo ele, “responderia ao crescente interesse de muitos países do Sul Global em participar do bloco, que se tornou indispensável para o avanço dos interesses do Sul Global”.
Vieira falou ainda sobre uma das principais pautas do grupo, a cooperação econômica e financeira em uma moeda local comum.
“Nossos líderes pediram que os ministros de Finanças e os presidentes dos bancos centrais considerassem a questão das moedas, dos instrumentos de pagamento e das plataformas locais. Esse é um tema que foi levantado pelo presidente Lula em Joanesburgo [na 15º cúpula dos BRICS] e no qual o Brasil espera que os novos membros estejam totalmente engajados. Certamente também será um tópico importante da presidência brasileira do BRICS no próximo ano”, afirmou o representante brasileiro.
(*) Com Sputnik