A jovem Marisol Valles, de apenas 20 anos, assumiu um dos cargos mais perigoso do México, o de chefe de polícia do município de Praxedis G. Guerrero, periferia de Ciudad Juárez, a mais violenta do país. Valles é estudante de Criminalística e tem um filho. Ela foi aceita por ter sido a única a se candidatar ao cargo.
O município do estado de Chihuahua, na fronteira dos Estados Unidos, está no Valle de Juárez, uma zona desértica onde são comuns os crimes de extorsões, sequestros, homicídios e incêndio de casas, mesmo com as medidas de segurança promovidas pelo Exército e pela Polícia Federal na região.
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Na noite de sábado (16/10), inclusive, foi encontrado morto um funcionário local. Rito Grado Serrano, assassinado junto com seu filho, era conhecido por ter denunciado, por diversas ocasiões, as ações de grupos criminosos na cidade.
Efe
Marisol Valles, rodeada pela imprensa,
prometeu mudar o clima de medo
Em declarações ao jornal local Reforma, Valles, que era secretária do então comandante da polícia municipal, admitiu ter medo, como “todo mundo”, mas garantiu estar motivada porque “o projeto é muito bom e pode-se fazer muito por meu povo”. A nova representante policial pediu ainda “que as pessoas confiem em si mesmas e em nós”.
Por sua vez, um representante da mesma localidade disse que “definitivamente, existe o temor” de que a jovem possa ser alvo de um atentado, mas este é um “risco que, de alguma maneira, a maioria dos funcionários decide correr” e que “temos a convicção de que alguém tem que fazer uma tarefa tão importante como essa”.
A onda de violência que atinge o México desde que Felipe Calderón declarou guerra contra os carteis e contra organizações criminosas, em 2006, já deixou mais de 28.500 mortos em todo o território. Com a morte de Grado Serrano, já são 11 autoridades governamentais assassinadas por grupos armados.
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