Em sua primeira coletiva de imprensa após assumir a presidência do Peru, Dina Boluarte recebeu muitas perguntas da imprensa local sobre sua governabilidade e se ela pretende se manter no cargo, apesar de alguns setores da direita do país estarem pedindo eleições presidenciais antecipadas como forma de apaziguar politicamente o país.
Sobre essa questão, Boluarte foi enfática ao dizer que não pretende antecipar as eleições, que só devem acontecer novamente entre abril e junho de 2026.
A presidente disse que assumiu o mandato “com o objetivo de recompor a normalidade institucionais e levar o governo a trabalhar pelos assuntos mais urgentes da nação”.
O diário peruano La República publicou uma coluna nesta quinta afirmando que a posse de Boluarte só foi possível graças a uma trégua entre a então vice-presidente e os setores opositores que promoveram esta última moção de vacância contra Castillo.
O texto insinua que esse acordo pode ser efêmero, o que poderia resultar em problemas para a nova mandatária, caso ela se coloque contra os setores que aceitaram não atacá-la neste primeiro momento.
Presidência do Peru
Dina Boluarte, em sua primeira entrevista como presidente do Peru
Sobre essa situação, a presidente ressaltou que pretende formar um governo de unidade nacional, e que iniciará um diálogo com todos os partidos, de direita e de esquerda, em reuniões nas quais serão definidos os passos a serem dados para reorientar o país.
Em outra pergunta, Boluarte reconheceu que o Peru vive um período de instabilidade política, e lembro que ela é a sexta pessoa a ocupar a presidência nos últimos sete anos.
A presidente também assegurou que seu governo pretende se reaproximar dos demais países da região. Sem citar nenhum outro presidente sul-americano, ela declarou que “o Peru deseja que suas relações com os vizinhos continuem sendo as mais idôneas e fraternas”.
Sobre a entrega ao Peru da presidência pro tempore da Aliança do Pacífico, prevista para 14 de dezembro, ela respondeu que espera resolver essa situação conversando com o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, que exerce essa função desde o ano passado e que deve entregá-la ao Peru este ano.