A junta militar que na última quinta-feira (22/03) tomou o poder em Mali mediante um golpe de Estado e destituiu o presidente Amadu Tumani Ture suspendeu o toque de recolher que havia imposto, embora os militares continuem hoje postados em locais estratégicos da capital.
Apesar da suspensão da medida, os militares, apoiados por policiais, patrulham as ruas e reforçaram seu desdobramento em torno das instalações da rádio e da televisão estatais, assim como em bancos e postos de gasolina, segundo constatou a Agência Efe.
Os militares no poder confirmaram a reabertura do espaço aéreo e das fronteiras terrestres, fechadas após o golpe de Estado, e a decisão de reabri-las foi atribuída à necessidade de abastecimento.
Os dois anúncios coincidiram com a proclamação da Ata Fundamental para o restabelecimento do Estado e o “direcionamento” da democracia pelo autodenominado CNRDRE (Comitê Nacional de Recuperação da Democracia e Restauração do Estado).
À suspensão da ordem constitucional segue um texto com 69 artigos para o período de transição cuja duração não foi precisada, mas que outorga a condição de chefe do Estado ao líder dos militares, o capitão Amadu Haye Sanogo, e institui como “órgão supremo” o CNRDRE.
Embora não precise a convocação das eleições prometidas pelos militares, que com sua ação impediram o pleito fixado para 29 de abril, o documento proíbe a participação dos membros da junta militar em futuros processos eleitorais.
Também impede a concorrência dos membros do futuro governo transitório em eleições legislativas e presidenciais.
Está convocada para esta quarta-feira (28) em Bamaco uma passeata de apoio aos membros do partido SADI (Solidariedade Africana pela Democracia e a Independência), liderado por Umar Mariko, fundador do Movimento Popular de 22 de Março, que rapidamente deu seu apoio aos militares e a seu levante.
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