O ativista indiano Anna Hazare saiu nesta sexta-feira (19/08) da prisão aclamado por uma multidão em Nova Délhi. Mesmo em liberdade, ele afirma que vai prosseguir em greve de fome contra a corrupção, três dias depois que sua prisão ampliou ao máximo os ecos de sua campanha de protesto.
Hazare deixou o presídio de Tihar entre aplausos de seus seguidores e iniciou uma marcha pelas ruas acompanhado de milhares de pessoas rumo ao parque de Ramlila. O apoio popular à sua causa é considerado uma vitória política contra as autoridades indianas, que são contra a autorização de uma reivindicação através de um jejum.
O ativista foi detido na terça-feira (16/08) após se negar a aceitar as condições que a polícia pretendia impor a seu protesto, e começou a greve de fome na prisão, acompanhado por seus colaboradores.
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Quase 72 horas depois, e segundo dados da polícia, cerca de sete mil partidários de sua reivindicação se reuniram no parque, vigiados de perto por mil agentes de segurança.
Nem a chuva impediu o desfile de três horas do ativista pelas ruas de Nova Délhi, infestadas de bandeiras indianas que tremulavam durante a passagem em carro aberto, onde Hazare acenava para a multidão.
Em um determinado trecho da caminhada, Hazare parou para prestar homenagem no túmulo de Gandhi, precursor da luta não violenta no subcontinente indiano.
Uma vez instalado em um palco com uma enorme imagem de Gandhi, Hazare repetiu que sua campanha é “o início de uma nova revolução, de uma nova luta pela liberdade”, e comparou este protesto com o combate contra o Império Britânico.
“Obtivemos a independência em 1947, mas nossa luta pela independência total começou no dia 16 de agosto (dia em que foi preso) e vamos continuar até que consigamos uma Índia livre de corrupção”, proclamou Hazare no meio do fervor da audiência.
Seus seguidores responderam com slogans como “Viva a independência” ou “Viva a mãe Índia”, próprios das manifestações anticoloniais lideradas por Gandhi há mais de meio século.
“A tocha da revolução tem que continuar acesa. Não se trata apenas de Lokpal (projeto de lei que propõe a criação de uma corte dedicada a casos de corrupção). Temos que conseguir uma transformação neste país”, acrescentou.
Hazare explicou que já perdeu três quilos desde que começou a jejuar, mas afirmou que está bem e com energia para continuar com a greve de fome. O ativista afirmou que continuará sua iniciativa até que a Lei Lokpal, eixo de sua campanha, seja aprovada.
O objetivo de seu movimento é conseguir a aprovação de uma lei anticorrupção mais ambiciosa que a proposta apresentada no Parlamento pelo governo, que exclui de seu alcance o primeiro-ministro, o Poder Judiciário e boa parte dos burocratas.
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