A chanceler alemã, Angela Merkel, foi recebida com protestos nesta segunda-feira (12/11) em Lisboa. Manifestantes anti-austeridade enrolaram estátuas da capital portuguesa com faixas pretas de luto e um jornal de negócios local culpou Merkel por políticas de estilo “Frankenstein” que conduziram Portugal à pobreza.
Efe
Manifestante português em Lisboa. No cartaz, mensagem contra a visita da chanceler alemã Angela Merkel
Merkel irá renovar seu endosso aos cortes de gastos e aumentos de impostos apresentados pelo primeiro-ministro conservador Pedro Passos Coelho, para cumprir os termos do acordo de resgate europeu do ano passado, apoiado pela Alemanha. Sua visita de seis horas também parece destinada a tranquilizar os eleitores alemães de que o dinheiro do resgate que o país emprestou está sendo bem utilizado, escreveu a agência Reuters.
A visita, disse Merkel à RTP, é “uma contribuição” para mostrar que a Alemanha “quer ajudar” e “para ver o que se pode melhorar na cooperação entre empresas para gerar mais empregos”. A chanceler afirmou também não existirem motivos para Portugal renegociar com a troika ou pedir novo resgate, elogiando a coragem com que o governo faz o ajustamento financeiro e ignorando os dados sobre a economia em recessão e o desemprego com taxas históricas em Portugal.
Protestos
Centenas de policiais estavam em patrulha, interrompendo o trânsito ao redor do palácio presidencial de Lisboa; barreiras foram criadas e esquadrões de polícia de choque estavam parados nas proximidades, prontos para agir. Apenas uma dúzia de manifestantes se reuniu no final da manhã, no entanto, sob uma faixa com os dizeres: “Pelo direito ao trabalho, pelo direito de estar com raiva”.
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“Eu estou aqui porque eu não quero que Portugal se torne uma colônia”, disse Alcides Santos, de 46 anos, um engenheiro de computação desempregado. João Camargo, do movimento “Que se lixe a troika” disse à agência Lusa que esta manifestação é contra a chanceler alemã e contra o que representa, em termos políticos e económicos, isto é, “a austeridade nos países periféricos”. “É uma política de massacre contra os povos”, afirmou.
Merkel se reúne com o presidente Aníbal Cavaco Silva e o primeiro-ministro Passos Coelho, além de chefes empresariais em uma conferência. Os manifestantes também haviam colado cartazes mostrando Passos Coelho, Merkel e o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, em um cassino com a seguinte legenda: “Nós pagamos, eles jogam, o banco ganha”.