O jornalista Breno Altman, fundador de Opera Mundi, classificou como “hipocrisia” os “ataques sionistas” que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu após a morte do brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos, cujo corpo foi encontrado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) nesta sexta-feira (24/05), em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.
O mandatário foi criticado por internautas que falam da “cumplicidade” do governo brasileiro com a ação do Hamas, assim como a ausência de uma declaração condenatória ao grupo palestino.
Por meio de rede social, Altman afirmou que o episódio foi resultado da “culpabilidade histórica do Estado colonial de Israel, que fez da Palestina um território de guerra e sangue”.
Hipocrisia a onda de ataques sionistas, insinuando leniência do presidente @LulaOficial na morte do brasileiro Michel Nisembaum durante ação do Hamas em 7 de outubro. A culpabilidade histórica é do Estado colonial de Israel, que fez da Palestina um território de guerra e sangue.
— Breno Altman (@brealt) May 24, 2024
Tempo depois, Lula se pronunciou manifestando solidariedade aos entes queridos da vítima e reiterando apoio para a libertação integral dos reféns, cessar-fogo e paz entre Israel e Palestina. No entanto, a reportagem verificou que o presidente continuou sendo alvo de ataques sob comentários que alegavam “apoio” do governo brasileiro ao “terrorismo”.
“Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel. O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina”, dizia a publicação do presidente, pela plataforma X.
Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel. O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados…
— Lula (@LulaOficial) May 24, 2024
Morte de Michel Nisenbaum
O corpo de Michel Nisenbaum, de 59 anos de idade, foi localizado e resgatado pelas IDF em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, nesta sexta-feira. O brasileiro foi feito refém pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, na cidade de Sderot, no sul de Israel, onde morava.
Nisenbaum desapareceu quando tinha saído para buscar a neta de quatro anos que estava com o pai em uma base militar em Re’im, na fronteira do enclave palestino.
Além do brasileiro, foram recuperados outros dois corpos: do israelense Hanan Yablonka, de 42 anos, e do mexicano Orion Hernández Radoux, de 20 anos.
A estimativa é de que 125 reféns israelenses continuam no cativeiro do Hamas, em Gaza. Deste total, pelo menos 39 estariam mortos.