A crise internacional abalou os cofres dos doadores internacionais de
recursos financeiros nos últimos anos e colocou em risco vários projetos
de saúde pública em toda a África. Grande parte do orçamento do setor
dos países do continente vem de fora. Em Moçambique, por exemplo, a
ajuda internacional representa pouco mais da metade do orçamento da
saúde.
Depois de alguma incerteza, o governo moçambicano receberá todo o
dinheiro anteriormente previsto para a prevenção e o tratamento do
HIV/aids este ano do chamado G19. O anúncio oficial será feito em 16 de
junho. A embaixada norte-americana também informou, na semana passada,
que a verba prevista para o ano (US$ 250 milhões) está integralmente
garantida.
Desde 2004, Moçambique tem seu orçamento diretamente auxiliado por 19
países e instituições multilaterais (Áustria, Bélgica, Canadá,
Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Países Baixos,
Noruega, Portugal, Espanha, Suécia, Reino Unido, Suíça, União Europeia,
Banco Africano de Desenvolvimento e Banco Mundial).
Além de subvenções de governos, vários projetos de organizações não
governamentais são bancados com doações privadas internacionais. Uma
delas, o Médicos Sem Fronteiras, entidade ganhadora do Prêmio Nobel da
Paz de 1999, lançou um alerta no fim do mês passado sobre a queda no
suporte econômico dos projetos antiaids na África. Em alguns casos, os
cortes são de até 12%.
De acordo com o coordenador do Médicos Sem Fronteiras/Bélgica em
Moçambique, Alain Kassa, a grande preocupação é com a possível
diminuição no acesso aos medicamentos. “Se há rupturas no fornecimento,
os pacientes do tratamento contínuo não voltam, por não terem certeza de
que vão continuar recebendo os remédios”, diz. Outra dificuldade é a
manutenção das instalações e de médicos voluntários estrangeiros nos
países africanos.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL