O Paraguai mostrou interesse em fazer parte do controle ambiental sobre o Rio Uruguai discutido atualmente entre Argentina e Uruguai, e que poderia envolver o Brasil, segundo informaram fontes do governo uruguaio de José Mujica.
De acordo com o jornal Ultimas Noticias, o gabinete de Fernando Lugo realizou uma consulta sobre uma eventual participação no monitoramento, já que o país está preocupado com a presença de indústrias “de pasta de celulose e outras fábricas argentinas” sobre o Rio Paraná.
O Rio Uruguai marca a fronteira entre Brasil e Argentina, e entre Argentina e Uruguai, enquanto que o Paraná divide Paraguai e Brasil, e depois demarca os limites entre Argentina e Paraguai.
Segundo as fontes, o país de Lugo pretenderia integrar uma espécie de “bloco ambiental” do Mercosul — formado pelas quatro nações e mais a Venezuela em processo de incorporação –, ainda que o Rio Uruguai não cruze território paraguaio.
Nos últimos anos, a construção da fábrica de pasta de celulose UPM, ex-Botnia, na divisa entre Argentina e Uruguai gerou um conflito diplomático que culminou no envio de uma demanda de Buenos Aires à Corte Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda.
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O tribunal deliberou sobre o caso em abril, anunciando que a nação de Mujica havia desrespeitado o Tratado do Rio Uruguai ao autorizar a instalação da indústria de forma unilateral, mas negando a contaminação da região. Ainda em sua decisão, o tribunal determinou que fosse estabelecido um controle conjunto entre os dois países sobre a área.
Devido ao caso, Montevidéu estuda criar um protocolo ambiental do Mercosul, e nessa instância Assunção poderia eventualmente se somar ao projeto do plano de vigilância das águas.
Os chanceleres do Uruguai, Luis Almagro, e da Argentina, Héctor Timerman, analisarão na próxima semana, em um encontro na capital uruguaia, os critérios a serem utilizados para o monitoramento conjunto e uma possível participação do Brasil no caso.
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