Agência Efe
Manifestantes pró e contrários a Mursi têm saído às ruas no Egito desde o ano passado
Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (09/10) que vão suspender parte do acordo militar com o Egito, que envolve o envio total de US$ 1,3 bilhão (R$ 2,9 bilhão) por ano ao país. De acordo com a agência Reuters, US$ 560 milhões desse montante não serão entregues, por conta dos casos de violência contra opositores egípcios.
Segundo um comunicado do Departamento de Estado norte-americano, novas remessas de material militar pesado e dinheiro dependerão de “progressos em direção a um governo civil democrático e inclusivo por meio de eleições livres e justas”.
Ainda vigente, acordo militar entre EUA e Egito dá lucro de milhões de dólares a empresas
“Como resultado de uma revisão determinada pelo presidente [Barack] Obama”, diz o comunicado, “decidimos manter nossa relação com o governo egípcio, ao mesmo tempo em que recalibramos nossa assistência ao Egito para melhor atender nossos interesses”. Alianças nas áreas de saúde, educação, desenvolvimento do setor privado, segurança de fronteiras, contraterrorismo e proteção do Sinai serão mantidas.
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A determinação de rever o envio de suporte militar foi feita por Washington em agosto, após partidários do presidente deposto Mohammed Mursi terem sido mortos durante uma onda de repressão promovida pelo atual governo egípcio. Na época, Obama disse que não poderia continuar “da mesma forma” a “tradicional cooperação enquanto pessoas estão sendo mortas”.
O presidente afirmou, também, que Washington não iria cumprir acordos de exercícios militares conjuntos com o Cairo – previstos desde 2012 – enquanto o país não restabelecesse a ordem. Porém, a transferência do dinheiro para fins militares não havia ainda sido suspensa. O Egito tem sido um dos maiores receptores dos EUA, recebendo desde aviões F-16 até bombas de gás lacrimogêneo.
Mursi deve ir a julgamento em 4 de novembro. Ele é acusado de incitação à violência após a morte de sete pessoas, no ano passado, durante protestos entre oposição e apoiadores da Irmandade Muçulmana (partido do ex-presidente), então no poder.