O presidente de Cuba, Raúl Castro, inaugurou neste sábado (16/04) o VI Congresso do Partido Comunista (PCC), o primeiro em 14 anos, propondo que as orientações do evento sejam cumpridas em sua totalidade. O congresso aprovará uma ambiciosa reforma econômica para o país e elegerá sua maior liderança política.
“A atualização do modelo econômico está cheia de complexidades e abrange toda a sociedade cubana. O que for aprovado no Congresso não poderá ser esquecido ou descumprido”, disse Raúl em seu discurso, transmitido em cadeia nacional. Ele fez referência aos acordos definidos em outros encontros do partido, “quase todos esquecidos, sem terem sido colocados em prática.”
Efe
Raúl Castro saúda aqueles que compareceram ao desfile militar pelo 50º aniversário da invasão da Baía dos Porcos
O governante cubano anunciou que o burô político do PCC propôs uma comissão para a implementação das mudanças sociais e econômicas exigidas no país. A comissão, que estará subordinada ao Presidente dos Conselhos de Estado e Ministros, “terá a responsabilidade de controlar e verificar e coordenar as ações de todos os envolvidos nessa atividade, assim como a de propor a incorporação das novas orientações, imprescindíveis para o futuro”, explicou Raúl. “Quando surgirem problemas práticos, os quadros de direção devem atuar. Não deixemos a cargo do tempo.”
Raúl afirmou que a aplicação das modificações do novo modelo socioeconômico em Cuba levará “ao menos cinco anos” para serem executadas “com a harmonia requerida”. Segundo ele, “não há pior lei do que aquela que não é cumprida”.
Leia mais:
Cuba, online com o mundo?
Obama no Brasil: Cuba, um diálogo imaginário
Cuba está em uma nova fase da revolução, afirma Mariela Castro
Acesso livre à internet em Cuba é elogiado até por dissidentes
Wikileaks: EUA não apostam mais na dissidência tradicional cubana
Antiga casa de Che Guevara em Córdoba revela infância do revolucionário
No 50º aniversário da invasão da Baía dos Porcos, PC cubano discute reformas econômicas
Raúl Castro, de 79 anos, preside o Congresso, no qual participam mil delegados e aberto no Palácio das Convenções após um desfile militar popular no qual participaram mais de meio milhão de pessoas na emblemática Praça da Revolução de Havana, para comemorar os 50 anos do socialismo cubano.
O plano de reformas econômicas, inicialmente de 291 medidas, aumentou para 311 após um intenso debate popular de três meses. “O povo manifestou livremente sua opiniões, esclareceu dúvidas, propôs modificações, expressou insatisfações e discrepâncias e também sugeriu abordar a solução de outros problemas que não estavam no documento”, afirmou o líder cubano.
Limite de 10 anos
Raúl também sugeriu restringir cargos políticos e estatais a dois períodos consecutivos de cinco anos. “Chegamos à conclusão de que é recomendado limitar ao máximo de dois períodos consecutivos de cinco anos o desempenho de cargos políticos e estatais fundamentais, isso é possível e necessário nas atuais circunstâncias”, afirmou o governante.
Leia mais:
O plano da OTAN é ocupar a Líbia
Cuba: entre socialismo e mercado
Qual o rumo das reformas de Raúl Castro?
Fidel elogia ex-presidente dos EUA por defender fim do embargo
Cuba denuncia na Unesco cancelamento de conta de site de notícias no YouTube
Brasil ajudará Cuba a implantar reformas que incentivem trabalho autônomo
Wikileaks revela que EUA remuneram dissidentes cubanos, mas consideram oposição fraca
Embargo econômico
O líder cubano, segundo Presidente do Conselho de Estado da República de Cuba, desde 28 de fevereiro de 2008, quando substituiu o irmão, Fidel, criticou mais uma vez o embargo econômico dos Estados Unidos sobre Cuba. “As medidas da administração Obama são positivas, mas limitadas. O bloqueio criminal dos EUA persiste”, afirmou Raúl.
“Os EUA protegem terroristas e detêm os Cinco Cubanos, sua política não têm credibilidade”, completou o líder cubano, em referência ao caso dos cubanos presos nos EUA. O grupo conhecido como “Os Cinco” cumpre penas que variam entre 15 anos e prisão perpétua em presídios federais norte-americanos. Agentes do serviço de inteligência de Havana, os cinco foram presos em Miami em 1998, e processados por espionagem.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL