A Câmara de Representantes da Colômbia proibiu nesta terça-feira (28/05) as corridas de touros no país em um projeto que pretende ampliar progressivamente a proibição de práticas de “entretenimento cruel com animais”. Entre as atividades banidas, estão também eventos com novilhos e as chamadas corralejas –festas que se assemelham às touradas espanholas, mas sem um toureiro, qualquer pessoa pode provocar e estimular os touros na arena.
A lei agora vai ao Senado e, se aprovada, será encaminhada para a sanção do presidente Gustavo Petro. O projeto tem 3 anos para ser aplicado de forma definitiva em todos os estados do país. Nos últimos seis anos, o Congresso do país já havia derrubado quatro projetos que tinham como objetivo proibir a prática.
Outros quatro países da América Latina ainda permitem corridas de touros: Venezuela, Peru, México e Equador. No caso dos mexicanos e equatorianos, algumas cidades e estados proíbem maus tratos a touros. Portugal, Espanha e França ainda permitem a prática.
A Câmara determinou que os Ministérios da Cultura e do Meio Ambiente sejam responsáveis pela regulamentação dos eventos que envolvem touros durante dois meses após a aprovação do projeto. As pastas terão que estabelecer critérios para o período de transição de três anos até a proibição total, mantendo o respeito à vida dos animais. A lei determina também que os espaços usados para os eventos devem ser transformados em centros culturais.
O presidente Gustavo Petro celebrou a decisão da Câmara. Em seu perfil na rede social X (ex-Twitter), o mandatário afirmou que “quem se diverte com a morte dos animais vai acabar se divertindo com a morte dos seres humanos”.
“Parabéns aos que finalmente conseguiram fazer com que a morte não fosse um espetáculo. Quem se diverte com a morte dos animais vai acabar se divertindo com a morte dos seres humanos. Assim como quem queima livros acabará queimando seres humanos”, afirmou Petro fazendo referência à crise ambiental.
As corridas de touros são parte de uma tradição centenária na Colômbia, herdada do período colonial de dominação espanhola. Em 2012, quando era prefeito de Bogotá, Petro vetou o uso de instalações e recursos públicos para eventos que envolvessem touros na cidade, o que inviabilizou as corridas de touros na capital colombiana.