Atualizada às 20h59
A Ucrânia acredita que pode enfrentar invasão da Rússia “a qualquer momento” e afirma estar disposta a se defender, segundo declarou nesta sexta-feira (25/04) o vice-ministro de Relações Exteriores, Danylo Lubkivsky.
“Se a Rússia cruzar a fronteira, lutaremos para defender nosso país”, assegurou Lubkivsky em entrevista coletiva na sede das Nações Unidas. “Há momentos na história de cada nação em que é preciso defender a pátria, o país e a independência”, completou.
Lubvisky também admitiu que seu governo está analisando com países aliados uma possível cooperação militar. “Isso é algo bastante natural quando sua soberania está ameaçada: buscar qualquer meio para se proteger. E vamos defender a Ucrânia de qualquer invasão”, insistiu.
Apesar do alerta, o vice-chanceler assegurou que os ucranianos continuam dando prioridade a uma “solução pacífica para o país”, que evite “qualquer derramamento de sangue”, e chamou as autoridades de Moscou e os separatistas pró-Rússia a retomar as negociações.
Agência Efe
Diversos soldados ucranianos fazem vigília em um posto de controle situado a 30 km da cidade de Slavianks, no sudeste da Ucrânia
Segundo o vice-ministro, a Rússia não está cumprindo os acordos feitos na semana passada em Genebra, na Suíça, e desafia os princípios em que a comunidade internacional se baseia. “Isso não é só sobre a Ucrânia ou sobre a Crimeia, é sobre todos nós. Sobre a ONU, sobre os princípios da paz e da ordem internacional”, afirmou.
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Lubkivsky acrescentou que a atual situação no leste ucraniano é “explosiva”, mas as autoridades a têm “sob controle” e seguem com a “operação antiterrorista” iniciada contra os milicianos pró-Rússia que tomaram o controle em várias localidades. Em resposta às ações do governo da Ucrânia, as tropas russas iniciaram movimentos na fronteira com o país, gerando temores de um possível confronto militar na região.
Também hoje, o presidente interino da Ucrânia, Aleksander Turchinov, acusou a Rússia de querer começar uma “Terceira Guerra Mundial”, chamando de “crime” o suposto apoio de Moscou aos “rebeldes” ucranianos.
EUA
O Pentágono já se declarou preocupado com o grande envio de militares russos para perto da fronteira com a Ucrânia e com a recusa da Rússia a dialogar com o secretário da Defesa norte-americano, Chuck Hagel, nas últimas 24 horas. O Departamento de Defesa dos EUA ainda acusou Moscou de entrar no espaço aéreo ucraniano “diversas vezes”.
“Deixamos claro a vocês que Hagel está disponível para falar, mas os russos não nos responderam… Queremos transmitir a Moscou que é de grande importância que reduzam a tensão. A desestabilização da fronteira [da Ucrânia com a Rússia] não ajuda em nada”, explicou o porta-voz do Pentágono, coronel Steve Warren.
Em viagem aos EUA, Lubkivsky pediu a Washington que aprove o mais rápido possível sanções adicionais contra a Rússia, um passo que as autoridades norte-americanas disseram hoje estar dispostas a dar.
“Está acabando o tempo para que a Rússia mude seu rumo. Estamos preparados para agir”, disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em uma declaração na qual lamentou que os russos continuem com sua “tentativa de sabotar a Ucrânia rapidamente” uma semana após assinar o acordo de quatro lados em Genebra.