O quarto fim de semana seguido de protestos dos “coletes amarelos” em Paris foi marcado novamente pela violência. Além de confrontos entre manifestantes e policiais, houve quebra-quebra na capital francesa neste sábado (08/12), onde é possível ver tanques de guerra nas ruas da cidade. Ao menos 50 pessoas ficaram feridas.
Depois de confrontos com policiais, que lançaram bombas de gás lacrimogêneo em manifestantes que revidavam com pedras, a tensão voltou a aumentar no início da tarde. Por volta das 14h pelo horário local (11h em Brasília) várias barricadas foram construídas com grandes cestos de lixo. Alguns tapumes de madeira instalados pelos comerciantes para proteger as vitrines das lojas foram arrancados pelos manifestantes e usados como escudo para enfrentar a polícia, que respondeu com balas de borracha.
Momentos mais tarde, lojas foram atacadas. Caixas eletrônicos foram vandalizados e vários carros, incendiados nos arredores da avenida Champs-Elysées. Tanques de guerra foram vistos circulando nas ruas do centro de Paris, e canhões d’água também foram usados para conter os manifestantes.
Na semana passada, a polícia chegou a ser criticada por não ter previsto mais homens para vigiar a região do Champs-Elysées. Dessa vez, cerca de 90 mil policiais foram mobilizados – 8.000 apenas na capital francesa. Boa parte do comércio também fechou as portas e dezenas de estações de metrô não estão funcionando.
Mais de 700 prisões preventivas decretadas
Segundo informações da polícia, cerca de 1.000 pessoas foram revistadas em todo o país e mais de 720 tiveram prisão preventiva decretada imediatamente.
A principal dificuldade das autoridades é saber exatamente onde estão os manifestantes em Paris. Ao contrário dos protestos habituais franceses, quando um percurso e a duração das passeatas são definidos com um pedido de autorização junto à prefeitura, os “coletes amarelos”, que não estão oficialmente ligados a nenhum sindicato ou partido político, se negam a declarar as modalidades de suas marchas, realizadas também em outras cidades francesas.
Popularidade de Macron em queda
Batizado de “coletes amarelos” em razão dos coletes de sinalização usados pelos manifestantes, o movimento popular começou em meados de novembro na França em protesto contra a alta do preço dos combustíveis. Mas logo a mobilização ganhou força e se transformou em um protesto generalizado contra a queda do poder aquisitivo e contra as medidas econômicas impopulares do presidente francês Emmanuel Macron.
Com a popularidade em queda e em meio à pior crise de sua presidência, o chefe de Estado se mantém em silêncio desde o início do conflito. Ele prometeu falar com a imprensa na semana que vem.
(*) Com RFI
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Quarto final de semana de protestos dos ‘coletes amarelos’ foi novamente marcado pela violência