Após o encontro com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, Lula recebe na segunda-feira (23), em Brasília, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, para um encontro que provocou protestos de grupos de direitos humanos, de setores da comunidade judaica brasileira e foi, inclusive, criticado indiretamente por Shimon Peres, que esteve no Brasil na semana passada.
Diante do colega israelense, Lula defendeu a intenção de conversar com Ahmadinejad e afirmou que a paz só pode ser atingida por meio do “diálogo com todos”. Segundo o presidente, sempre que se conversa, é possível “extrair uma palavra” para construir a paz, o que seria impossível com o isolamento de qualquer dos interlocutores.
“Não tenho certeza que o Brasil seja o melhor negociador”, diz o cientista político Ely Karmon, da Universidade de Haifa, em Israel. “No final, a decisão de receber Ahmadinejad é muito negativa. Não sei se a liderança brasileira está ciente que a legitimidade dada a Ahmadinejad está enfraquecendo o campo moderado, como Egito e Jordânia, que estão hoje numa posição muito ruim. O Irã com armas nucleares vai influenciar a estabilidade da região”.
“Esses países já falam na opção nuclear. É isso que o Brasil quer para o oriente médio?”, questiona Karmon.
Há cinco anos, o Brasil se aproxima dos países árabes e muçulmanos, além de ter assumido uma posição mais ativa em relação ao conflito no Oriente Médio, que o levou inclusive a participar como observador do processo iniciado em 2007 com a cúpula em Annapolis (EUA).
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