O Comitê da Aviação Interestadual (IAC) terminou nesta terça-feira (13/02) a decodificação das caixas-pretas do Antonov AN-148 da Saratov Airlines que caiu no último domingo (11/02), na região de Moscou, e deixou 71 mortos. Uma análise preliminar mostrou, segundo a imprensa russa, que a aeronave fornecia aos pilotos dados incorretos sobre a velocidade do voo. De acordo com os especialistas do IAC, esse pode ter sido um dos fatores que levou ao acidente.
A “situação especial” com o AN-148 começou dois minutos e meio a após a decolagem, quando o avião voava a 1.300 metros e velocidade em relação ao solo entre 465 e 470 km/h, aponta a análise preliminar. Neste momento, afirma o comitê, dados incorretos sobre a velocidade começaram a ser informados. Ainda segundo o comitê, citado pela agência russa RT, há a possibilidade de ter havido um congelamento de sondas pitot-estáticas.
“Um fator no desenvolvimento da situação especial no voo poderia ser os dados errados sobre velocidade nos mostradores dos pilotos, o que pode ter sido causado pelo congelamento de tubos pitot (sondas de velocidade) enquanto os sistemas de aquecimento estavam desligados”, afirma o comunicado do IAC.
O congelamento de tubos pitot foi um dos fatores que contribuíram para a queda, em 2009, do avião da Air France que fazia a rota entre Rio de Janeiro e Paris e sumiu dos radares enquanto sobrevoava o oceano Atlântico. No total, 228 pessoas morreram no acidente.
Não é possível atribuir a queda do avião (seja o da Saratov, seja o da Air France) só a um eventual congelamento dos tubos pitot, por conta das diversas camadas de segurança que operam na aviação comercial – no solo, no treinamento dos pilotos, na manutenção, no controle de tráfego aéreo, no desenvolvimento dos aparelhos. Acidentes somente acontecem quando diversas dessas camadas falham em sequência.
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Reprodução
Aeronave AN-148 da Saratov Airlines caiu na Rússia e deixou 71 mortos
As conclusões finais sobre o acidente ainda não têm prazo para serem divulgadas. Só após estes resultados é que será possível dizer o que efetivamente causou a queda do avião, a primeira com vítimas depois de 2017 – considerado o ano mais seguro da história na aviação comercial.
O avião havia saído do aeroporto Domodedovo, em Moscou, e se dirigia para a cidade de Orsk, próxima à fronteira com o Cazaquistão.
(*) Com Sputnik