A Universidade de Columbia, em Nova York, tem sido palco de uma série de protestos pró-Palestinapor estudantes que se posicionam contra o genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza e o financiamento norte-americano à violência no Oriente Médio. Porém, esses atos têm sido alvo de forte repressão policial, devido a que alunos e docentes judeus sionistas vêm denunciando temores sobre sua segurança no campus de Morningside.
Um dos autores das acusações é o professor assistente da Faculdade de Administração de Columbia, Shai Davidai, que se identifica em suas redes sociais como “judeu israelita” e “sionista”.
Segundo sua versão, O professor, que também já assumiu ter “orgulhosamente” servido o Exército de Israel, alega que teria sido, supostamente, “proibido de entrar no campus universitário”, porque a Universidade de Columbia “não pode proteger sua segurança como professor judeu”.
Earlier today, @Columbia University refused to let me onto campus.
Why? Because they cannot protect my safety as a Jewish professor.
This is 1938.
— Shai Davidai (@ShaiDavidai) April 22, 2024
“Estamos em 1938”, escreveu ainda Davidai, fazendo referência à perseguição que os judeus sofreram na Alemanha Nazista.
Apesar de sua denúncia referir-se à suposta falta de segurança que Columbia não poderia dar a ele por ser judeu, as declarações oficiais da universidade não mencionaram a etnia judaica como motivo para que Davidai não entrasse no campus.
No mesmo dia em que o professor tentou entrar no campus e foi barrado, o presidente da universidade, Minouche Shafik, emitiu uma declaração orientando que as aulas fossem ministradas virtualmente e que apenas o “pessoal essencial” comparecesse ao campus para trabalhar, a fim de que a rotina de estudos na universidade voltasse à “normalidade”.
“Docentes e funcionários que possam trabalhar remotamente deverão fazê-lo”, expressa o documento emitido pelo portal da faculdade. No entanto, Davidai insistiu em ir até o campus onde alunos acampam em protesto pela causa da libertação palestina.
Em investigação, o site norte-americano Counter Punch descobriu outro detalhe sobre Davidai, que vai além da desobediência a uma orientação de Columbia para todos os docentes – e que afetou inclusive os alunos que moram nos alojamentos da faculdade: sua família é ligada à fabricação de armas em Israel.
Segundo a publicação quinzenal, o pai do professor assistente, Eli Davidai, “é um executivo israelense que atuou como gerente geral da ARC, empresa que se descreve como um “fornecedor líder global de serviços de manufatura avançada”.
“O ARC Group Worldwide Inc. se destaca no desenvolvimento de peças e materiais para atender ao exigente mundo dos componentes da indústria de defesa. A ARC é um importante fornecedor de componentes de precisão para as aplicações de defesa mais desafiadoras”, informa o site da companhia israelense, completando que produz instrumentos para “armas compatíveis com a OTAN”.
Outra investigação do site identificou que os pais de Shai, Eli e Zohara Davidai, “patrocinaram o Centro de Arritmia em Tel Hashomer”, onde o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu recebeu um marca-passo em julho do ano passado.