Em 12 de maio de 1926, o revolucionário Jozef Pilsudski, de 60 anos, derrota a democracia e volta a governar a Polônia por meio de um golpe de estado. Ajudado por ferroviários socialistas cuja greve paralisou as comunicações e impediu que os reforços do governo chegassem até Varsóvia, Pilsudski obeteve êxito no golpe principalmente pela sua popularidade depois da vitória sobre os bolcheviques em 1920.
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O chamado Golpe de Maio, que comandado pelo próprio Pilsudski entre 12 e 14 de maio, derrocou o governo do presidente Stanislaw Wojciechowski e o primeiro-ministro Wincenty Witos. Com isso, um novo governo que queria purificar a Polônia por meio de uma “ditadura moral” foi instalado, encabeçado pelo professor da Politécnica de Lwow Kazimierz Bartel. A partir de então, Pilsudski, a quem foi oferecida a presidência, tornou-se o mais influente político da Polônia, um ditador que governou até sua morte, 9 anos depois de assumir o comando, em 12 de maio de 1935.
Em novembro de 1925, o governo do premiê Wladyslaw Grabski havia sido substituído pelo governo do premiê Aleksander Skrzynski, que recebera apoio do partido Democracia Nacional e do Partido Socialista. Contudo, após a retirada do apoio dos socialistas, o novo governo também caiu e foi substituído pelo primeiro-ministro Witos. O novo governo tinha ainda menos apoio popular que o anterior, o que permitiu a Pilsudski manifestar abertamente sua visão de que as constantes mudanças de governo pelo parlamento havia estabelecido o caos, deteriorando a imagem do Estado.
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O estadista Pilsudski em foto oficial de 1922
A par da agitação nos assuntos internos do país, a política polonesa foi sacudida por uma guerra comercial com a Alemanha e pela assinatura do Tratado de Locarno em outubro de 1925, que faria com que as potências aliadas na Primeira Guerra Mundial (França, Grã Bretanha, Rússia) e os novos Estados da Europa Central e Oriental definissem e garantissem suas fronteiras em troca da normalização das relações com a Alemanha. Em 10 de maio de 1926, em uma entrevista ao Kurier Poranny (Correio da Manhã), Pilsudski disse que estava “pronto para enfrentar o demônio” da ‘parlamentocracia’ e prometeu uma restauração da saúde da vida política. A edição, porém, foi confiscada pelas autoridades.
Na noite de 11 para 12 de maio, foi declarado estado de alerta na guarnição militar de Varsóvia. Algumas unidades saíram dos quarteis para manifestar solidariedade a Pilsudski e, na manhã de 12 de maio marcharam pela capital, onde ocuparam todas as pontes sobre o rio Vístula. Enquanto isso, o governo Wito declarava estado de emergência.
Leia mais:
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1939: Polônia é dividida entre União Soviética e Alemanha
1944 – O espião Richard Sorge é executado pelos japoneses
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1962 – Em troca de prisioneiros, piloto dos EUA é libertado pela URSS
Na tarde do mesmo dia, Pilsudski encontra-se com o presidente Wojciechowski na Ponte Poniatowski exigindo a renúncia do gabinete de Wito, enquanto o presidente queria a capitulação do marechal. Diante do impasse, ocorre a movimentação das tropas.
No dia seguinte, mediadas pelo arcebispo Kakowski, novas negociações foram realizadas, mas não desfizeram o impasse. Em 14 de maio, o Partido Socialista manifestou apoio aos rebeldes e convocou uma greve geral apoiada pela União dos Ferroviários, que paralisou as comunicações e evitou que chegassem reforços governamentais de Varsóvia. Wojciechowski e Witos foram então forçados a renunciar. Durante esses eventos, 215 soldados e 164 civis foram mortos e cerca de 900 pessoas, feridas.
Em abril de 1935, uma nova Constituição foi adotada, feita sob medida pelos partidários de Pilsudski e que mesmo assim vigorou até depois de sua morte até que a Segunda Guerra Mundial eclodisse.
Outros fatos marcantes da data:
12/05/1885: Hoje na História: Inventor alemão Ottmar Mergenthaler cria o linotipo
12/05/1968: Arnulfo Arias é eleito presidente do Panamá
12/05/2008: Terremoto de 7,8 graus na escala Richter mata mais de 10 mil na China
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