Georges Bizet compositor francês da era romântica se tornou mundialmente célebre por sua ópera Carmen. Precisamente três meses após a polêmica estreia, recolhido a Bougival, uma pequena cidade do interior da França, morreria, em 3 de junho de 1875, aos 36 anos, de ataque de coração.
Wikileaks
Georges Bizet
Nascido em 1838 como Alexandre-César-Léopold, mas batizado Georges, Bizet, uma criança prodígio, ingressou no prestigioso Conservatório de Música de Paris aos nove anos.
Em 1857 dividiu o prêmio oferecido por Jacques Offenbach, o renomado compositor dos ‘can-can’, pela composição da opereta em um ato O Doutor Milagre. Com esse mesmo trabalho, Bizet ganhou o Prêmio de Roma, uma bolsa de estudos musicais, permanecendo na Itália por três anos. Ali, seu talento amadureceu com obras como Sinfonia em Dó maior e a ópera Don Procópio.
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Retornando a Paris dedicou-se intensamente à composição. Em 1863, compôs Os Pescadores de Pérolas para o Teatro Lírico. Durante este período escreveu também a opera A Bela Filha de Perth, a conhecida A Arlesiana, escrita como música incidental para uma montagem teatral e a peça para piano Jogos de Crianças. Compôs ainda a opera romântica Djamileh, vista por muitos como precursora de Carmen – a obra mais consagrada de Bizet.
Composta em 1875, a ópera era baseada no romance de mesmo nome de Prosper Mérimée. Influenciado por Giuseppe Verdi, dedicou o papel-título a uma mezzo-soprano.
Na noite de 3 de março de 1875, a platéia presente à Opéra-Comique de Paris saiu chocada com a estréia de Carmen. O público ficou incomodado com aquele espetáculo inusitado, em que uma cigana desprovida de qualquer moral, sem a menor sombra de remorso ou piedade, enfeitiçava e levava os homens à perdição. Em vez de final feliz, um assassinato em cena. A personagem é morta pelo amante, a punhaladas. A música, tão perturbadora quanto o enredo, foi motivo de igual controvérsia.
A crítica se mostraria dividida. A maioria tratou a ópera de Bizet como um espetáculo repugnante e obsceno. “Se fosse possível imaginar o demônio escrevendo uma ópera, Carmen seria o tipo de obra apropriada”, dizia o Music Trade Review, de Londres.
Houve quem pensasse diferente. “Bizet quer pintar homens e mulheres de verdade, alucinados, atormentados pelas paixões, pela loucura. Assim, a orquestra conta suas angústias, seus ciúmes, suas cóleras e a insensatez geral”, foi a crítica estampada no Le National, de Paris. A originalidade de Carmen acabaria triunfando sobre os preconceitos e valores da época.
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Há muito, Bizet vinha sofrendo de angina associada a uma dolorosa inflamação das amídalas e jamais pôde desfrutar o sucesso de Carmen. Três meses após a estreia da opera, morreu no sexto aniversário de seu casamento aos prematuros 36 anos. A causa foi definida como ataque do coração devido a um ‘agudo reumatismo articular'. Foi enterrado no cemitério Père Lachaise em Paris.
Wikipedia
Tumba de Georges Bizet
Em 1954, o filme Carmen Jones, adaptação da ópera, dirigido por Otto Preminger e estrelado por Dorothy Dandridge (dublada por Marilyn Horne) e Harry Belafonte (dublado por LeVarn Hutcherson) nos papéis principais, conquistou o Prêmio Globo de Ouro de Melhor Filme Musical.
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