O advogado e ativista chinês Chen Guangcheng, em prisão domiciliar desde 2010 por denunciar casos de imposição de abortos e esterilizações contra mulheres pelo governo em sua província, desistiu de permanecer em seu país. Agora ele pede para deixar o país, ao lado de sua família, no avião da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, no voo de retorno aos EUA.
Segundo Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, o advogado, cego desde os cinco anos, conversou com autoridades dos EUA e disse que sua “família mudou de ideia sobre a permanência na China”. Em entrevista ao portal norte-americano Daily Beast, Chen disse que possuía uma “esperança intensa de que seria possível deixar o país com sua família e partir para os EUA no avião de Hillary Clinton”.
Na semana passada, ele deixou sua prisão domiciliar para se abrigar na Embaixada dos EUA em Pequim. Sua fuga repercutiu em meio à visita de Hillary Clinton à China para reuniões bilaterais entre os dois países. Na abertura do evento, a secretária de Estado reforçou seu pedido para que o governo chinês proteja os direitos humanos de seus cidadãos.
Com hemorragia intestinal e uma perna fraturada, Chen deixou o escritório diplomático nesta quarta-feira (02/05) e foi encaminhado diretamente para um hospital da capital chinesa. De lá, conversou por telefone com o jornal britânico The Guardian e confessou estar apreensivo com a segurança de parentes e a falta de comunicação com o que ocorre fora de seu quarto. “Não posso sair. Nenhum amigo me visita. Por alguns instantes, meu celular não funcionou na última noite”.
Em réplica às declarações da secretária de Estado norte-americana, o porta-voz da chancelaria chinesa, Liu Weimin, argumentou que “após sua liberação, Chen Guangcheng se tornou uma pessoa livre está vivendo em sua cidade natal”.
NULL
NULL