O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) condenou neste domingo (27/05) “nos mais firmes termos” o massacre de Al Haula, na Síria, e pediu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que, com o apoio da missão das Nações Unidas no país, investigue esses ataques que “violam a lei internacional”.
“Esse atroz uso da força contra a população civil é uma violação da lei internacional e dos compromissos do governo sírio com a ONU”, afirmou o Conselho em uma declaração aprovada de forma unânime pelo principal órgão de segurança internacional.
O Conselho de Segurança, sob a presidência do Azerbaijão, realizou hoje uma reunião de urgência para abordar a situação síria, onde no fim de semana os observadores da missão de supervisão da ONU na Síria (UNSMIS) encontraram os corpos de mais de uma centena de pessoas.
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O chefe da UNSMIS, o general norueguês Robert Mood, comunicou aos 15 membros do Conselho que “encontraram 108 mortos, dos quais 49 eram crianças”, disse o embaixador adjunto da França, Martin Briens, que acrescentou que o relatório do militar “foi arrasador e confirmou o horrendo massacre em termos que vão além do entendimento”.
“O massacre de Al Haula é um crime injustificável. Foi condenado pelo meu governo”, reiterou o embaixador sírio na ONU, Bashar Jafari, que sustentou que “alguns membros do Conselho de Segurança mentiram e tentaram distorcer o que aconteceu”. Ele acrescentou que “na declaração aprovada não há nada que diga que o governo sírio é culpado por esses assassinatos”.
Por sua parte, o embaixador do Reino Unido, Mark Lyall Grant, ressaltou que a mensagem do Conselho de Segurança ao governo da Síria é que “como já fez saber claramente, não há nada que justifique um ataque com armamento pesado contra a população civil”.
Na declaração aprovada pelo Conselho por unanimidade se assinala que “foram confirmados pelos observadores da ONU, os assassinatos de dúzias de homens, mulheres e crianças, e ferimentos em centenas na localidade de Al Haula, em ataques que envolvem artilharia utilizada pelo governo e disparos de morteiro contra áreas residenciais”. Além disso, ampliaram sua condenação “aos assassinatos de civis realizados por disparos de curta distância e por severos abusos físicos”.
Os países do Conselho de Segurança, que enviaram suas condolências aos familiares das vítimas, reiteraram sua “grave preocupação” pelos civis sírios, ao mesmo tempo em que reiteraram que “deve terminar o uso da violência em qualquer de suas formas por todas as partes”.
“Os responsáveis dos atos de violência devem ser levados perante a justiça”, ressalta a declaração, na qual se indica que o Conselho “pede ao secretário-geral (da ONU), que junto com UNSMIS, continue a investigação desses ataques”. Pedem ainda ao governo sírio “a imediata cessação do uso de armamento pesado contra os centros povoados e a retirada de todas suas tropas e seu armamento desses locais, assim como a volta a seus quartéis”.
Os países ocidentais e árabes responsabilizaram o governo sírio pelo massacre, enquanto o governo do presidente Bashar al Assad responsabiliza grupos terroristas e a oposição, que também culpa as autoridades sírias.