*Atualizada em 15/06 às 09h30.
O ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, afirmou nesta quinta-feira (14/06) que enviou a documentação necessária para que o Brasil reconsidere o asilo dado ao senador opositor Roger Pinto na semana passada. São mais de 20 processos nos quais o congressista é acusado por diversos crimes, entre eles corrupção e desvio de recursos públicos.
Molina chegou há duas semanas à embaixada brasileira na Bolívia requisitando o refúgio, alegando perseguição política por parte do governo de Evo Morales. O presidente boliviano nega as acusações e diz que Molina pretende fugir das acusações na Justiça.
Choquehuanca ressaltou várias vezes que “tudo é possível” quando perguntado se acredita que o Brasil possa voltar atrás e revogar o asilo ao parlamentar de direita. O ministro boliviano lembrou que, em 2006, o governo de La Paz revogou o asilo concedido a dois paraguaios após receber informações oficiais de Assunção sobre sua suposta participação no sequestro e assassinato de Cecilia, filha do ex-presidente paraguaio Raúl Cubas.
Segundo a argumentação de Choquehuanca, há normas internacionais sobre o merecimento de asilo e o Brasil deve avaliar a documentação e os pedidos na Bolívia para que Pinto não obtenha o benefício.
O presidente boliviano, Evo Morales, disse na quarta-feira que seria um equívoco se o Brasil confirmasse o asilo. Um dia antes, o vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, considerou a decisão como insensata porque, segundo ele, Pinto deve responder na Justiça por assassinato e desvio de dinheiro, entre outras acusações.
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Segundo a ABI (Agência Boliviana de Informação), o chefe da bancada do MAS disse que há 20 processos criminais contra Pinto Molina. Entre eles, crimes de desvio ilegal de verbas da Zona Franca de Cobija (Zofraco), em 2001, no departamento de Pando.
Uma reportagem do jornal La Razón, de La Paz, diz que os processos contra o senador tramitam nos tribunais de La Paz, Santa Cruz, Sucre e Cobija, e se referem principalmente a acusações de desacato, venda de bens do Estado e corrupção.
Campanha difamatória
Em entrevista à ABI o senador boliviano Adolfo Mendoza disse que Pinto empreende uma campanha para enfraquecer as relações diplomáticas entre Brasil e Bolívia. Em uma conversa com o senador brasileiro Sérgio Petecão (PSD-AC), transmitida ao vivo e noticiada pelo jornal boliviano El Deber, Pinto afirmou que o chanceler Choquehuanca desejava que ele “aprodrecesse” na embaixada brasileira e acusou La Paz de lançar uma campanha de “desprestígio” contra ele.
“O governo não me deu salvoconduto. Na verdade, desatou uma campanha diário nos meios de comunicação, insinuando que matei, que sou um criminosos que roubou milhões de dólares”, falou Pinto. “Irei fazer um pronunciamento no Senado pedindo sensibilidade do governo brasileiro, porque sei que sua vida está em risco”, respondeu Petecão.