Agência Efe (11/11)
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante reunião do Conselho de Ministros em Tel Aviv, capital do país
Com o argumento de que a segurança de Israel está em risco, representantes no Parlamento israelense e outras autoridades políticas do país intensificaram ameaças de retaliação contra o grupo palestino Hamas nos últimos dias. A postura ganhou uma nova conotação com a declaração, neste domingo (11/11), de um funcionário do escritório do primeiro-ministro. A fonte, que não foi identificada, disse à imprensa local que o premiê Benjamin Netanyahu está tentando preparar a opinião pública para uma operação militar israelense na Faixa de Gaza.
De acordo com os políticos israelenses, o Hamas está ameaçando a segurança nacional do país ao disparar projéteis na fronteira com a Faixa de Gaza. O jornal Haaretz disse que os representantes parlamentares Moshe Ya'alon, Yisrael Katz, Yuli Edelstein e outros repetiram o chamado para assassinar líderes do grupo palestino, eleito democraticamente pela população para governar a Faixa de Gaza.
NULL
NULL
Neste sábado (10/11), o governo israelense ordenou o bombardeio de diversas cidades no território palestino ocupado e o deslocamento da artilharia para a fronteira. Somente neste ataque 6 pessoas foram mortas, incluindo 4 jovens, e 36 ficaram feridas na Faixa Gaza. Enquanto isso, 7 soldados israelenses ficaram feridos com os disparos de dezenas de projéteis ao longo da semana.
“O mundo precisa entender que Israel não ficará de braços cruzados enquanto sofre atentados”, disse Netanyahu para ministros em reunião semanal ontem. “Nós estamos preparados para intensificar a nossa resposta”, acrescentou. Sua declaração veio depois do comunicado de fontes oficiais do governo de que 40 mísseis provenientes da Faixa de Gaza e 1 projétil do território sírio atingiram Israel.
Apesar de sustentar ataques pontuais ao território palestino, o premiê acredita que não tem legitimidade internacional para lançar uma operação militar na Faixa de Gaza na atual conjuntura política. A falta de resolução quanto ao conflito territorial com os palestinos, a construção crescente de assentamentos nas áreas palestinas e a violação de direitos humanos contra palestinos pesam contra o seu governo.
De acordo com a fonte, Netanyahu deve dar declarações para a imprensa para o “hasbara”, nome dado aos esforços para explicar e justificar as políticas de Israel ao resto do mundo. O premiê vai concorrer novamente ao posto nas próximas eleições gerais, marcadas para janeiro de 2013. A três meses da disputa, uma pesquisa realizada pelo grupo Dialog e publicada no Haaretz mostra que a maioria dos judeus de Israel é favorável ao apartheid com os palestinos.