Um dia após o presidente eleito do Paraguai Horacio Cartes dizer que seu governo não aceitará a presidência da Venezuela no Mercosul, Federico Franco, que assumiu após golpe de Estado contra Fernando Lugo, há um ano, elogiou nesta quarta-feira (26/06) a postura do sucessor. A Venezuela assume o posto na cúpula de Montevidéu, em 12 de julho.
“Sua posição me parece perfeita. Quero parabenizar o presidente eleito Horacio Cartes por sua decisão de se fazer respeitar”, disse o liberal Franco à imprensa em um ato oficial. “Cartes demonstra uma clara vocação de não permitir que a Venezuela possa chegar a exercer a presidência pró-tempore do Mercosul. Seu ingresso foi uma violação real”, manifestou o chefe de Estado.
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Caracas ingressou no Mercosul após a suspensão do Paraguai, em junho do ano passado. Na ocasião, tanto o bloco regional como a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) concluíram que o processo de impeachment de Lugo transgrediu a ordem democrática e suspenderam Assunção. Sem a oposição do congresso paraguaio, que insistia em não aprovar o ingresso da Venezuela, o país foi aceito no Mercosul.
Cartes, que estava na Espanha e seguia hoje para Bruxelas, disse que “o Paraguai não tem problemas com a Venezuela”, mas “nossa vontade política tem um limite, que é o estado de direito. E, se a presidência for ocupada pela Venezuela, não será possível a reincorporação do Paraguai por uma questão de dignidade”, afirmou, em um encontro com empresários.
O colorado acrescentou que a discussão requer uma saída política, “e isso passa pela concessão da presidência pró-tempore ao Paraguai agora, porque lhe corresponde, de acordo com a alternância”.