“Nossa tradicional cooperação não pode continuar da mesma forma enquanto pessoas estão sendo mortas”. Assim, com tom enérgico, Barack Obama criticou nesta quinta-feira (15/08) a onda de violência no Egito, confirmando que Washington não vai cumprir acordos de exercícios militares conjuntos com Cairo – previstos desde 2012 – enquanto o país não restabelecer a ordem.
Agência Efe
Obama endureceu o tom após massacre no Egito
Além deste cancelamento, Obama sinalizou que, “caso a onda de violência não cesse”, os acordos econômicos e de cooperação entre os países podem ser rompidos. Desde que Mohamed Mursi assumiu o poder, Washington injetou cerca de 1,3 bilhão de dólares na economia egípcia. Desde a deposição do ex-presidente, pelos altos valores, o chefe de Estado norte-americano vem recebendo críticas por “colaborar com um regime que não respeita a democracia”.
Veja também:
Massacre no Egito é nova derrota para a democracia
“Se pensarmos na profundidade da nossa parceria com o Egito, nossos interesses de segurança nacional nessa região delicada do mundo, nossa crença que, se apoiarmos uma transição de um governo democraticamente eleito, teremos o respeito da população egípcia, então, sim, iremos manter o nosso apoio financeiro ao país. No entanto, não podemos continuar enquanto os direitos civis das pessoas estiverem retrocedendo e sofrendo abusos”, disse Obama.
Leia também:
Rafael Correa convoca embaixador do Equador no Egito para esclarecer violência
Ontem (14), John Kerry já havia classificado a intervenção militar do exército egípcio no acampamento dos apoiadores da Irmandade Muçulmana como “deplorável”. No entanto, o secretário de Estado dos EUA anunciou que, mesmo com o massacre de ontem, Washington não planeja uma nova política com Egito.
Leia também:
Após mais de 500 mortes confirmadas, premiê egípcio diz que polícia agiu com “moderação”
“Deixe-me dizer que o povo egípcio merece coisa melhor do que o que temos visto nos últimos dias”, argumentou Obama após confirmar as informações de Kerry de que, por enquanto, a política com o país do Norte da África continua a mesma.
NULL
NULL
A Irmandade Muçulmana chamou hoje novos protestos contra o governo interino do Egito, um dia após o massacre durante a retirada de dois acampamentos da entidade no Cairo. Segundo o Ministério da Saúde, pelo menos 525 pessoas morreram e outras 3.717 ficaram feridas, mas o número de vítimas não para de aumentar.
Leia também:
Governo interino declara estado de emergência por um mês no Egito
O governo do Egito anunciou ontem (14) que o país passará um mês sob estado de emergência. Segundo um comunicado do governo, pronunciado na TV estatal, a decisão foi adotada devido ao “perigo” que ameaça “a segurança e a ordem nos territórios do país”. O presidente Adly Mansour, encarregou as forças armadas, com a ajuda da polícia, de adotar as “medidas necessárias” perante a situação.