O Irã confirmou neste sábado (27/09) à Argentina que aprovou o memorando de entendimento sobre a investigação do atentado de 1994 contra a AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina), e a discussão agora se centra na viagem de uma comissão jurídica argentina a solo iraniano.
O chanceler iraniano, Javad Zarif, anunciou para o argentino, Héctor Timerman, a aprovação durante a reunião entre eles hoje na sede das Nações Unidas para discutir os próximos passos do acordo entre os países fechado em janeiro.
Na reunião, Zarif confirmou que as autoridades competentes de seu país aprovaram o memorando de entendimento, confirmaram fontes diplomáticas argentinas.
O próximo passo será a troca de notas, um tipo de documento diplomático que representa o anúncio oficial de um governo que torna vigente um acordo, embora as fontes não tenham informado quando vai acontecer.
Outros pontos tratados na reunião foi a conformação de uma chamada Missão da Verdade e das datas para a viagem de autoridades judiciais argentinas ao Irã.
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Sobre estes assuntos, as partes concordaram consultar suas respectivas capitais e não se descarta que possa haver outra reunião dos chanceleres esta tarde ou nos próximos dias.
A reunião, prevista inicialmente para vinte minutos, mas que se estendeu durante uma hora, foi a primeira entre os chanceleres depois da formação do novo governo de Teerã, em agosto. Ela aconteceu depois que a presidente argentina, Cristina Kirchner dizer na terça-feira (28) em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas que espera “ter uma resposta positiva” do novo governo iraniano do presidente Hassan Rouhani.
“Acho que passou um tempo mais que prudencial para dar respostas, que merecem as vítimas e a própria República Islâmica do Irã, se quer mostrar ao mundo que há um governo diferente e ações diferentes”, discursou Cristina.
O atentado com explosivos contra a sede da Amia em Buenos Aires, em 1994, deixou 85 mortos, e foi o segundo dos ataques terroristas contra interesses judeus na Argentina, já que em 1992 uma bomba colocada em frente à embaixada de Israel matou outros 29.
O acordo bilateral de janeiro foi rejeitado pela comunidade judaica local e a oposição argentina.
Esse memorando de entendimento prevê interrogatórios em Teerã aos acusados pela explosão da Amia, que tem ordens de prisão com “alerta vermelho” pela Interpol. Entre eles figuram vários ex-ministros e diplomatas iranianos destacados então na Argentina.