O porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Stéphane Dujarric, declarou nesta terça-feira (21/05) que todos os países devem respeitar as decisões proferidas por organismos internacionais, referindo-se às queixas do presidente norte-americano Joe Biden contra o Tribunal Penal Internacional (TPI).
Recentemente, o TPI ordenou a prisão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e de outros altos funcionários do governo, como o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o chefe do Exército, Herzi Halevi, pelos crimes de genocídio cometidos contra os palestinos desde 7 de outubro de 2023.
“Não vamos comentar todas as declarações que saem de cada Estado-membro, mas o que está claro é que cada Estado-membro tem a responsabilidade de respeitar as instituições internacionais”, disse Dujarric durante uma entrevista coletiva.
Na segunda-feira (20/05), o promotor Karim Khan anunciou que havia apresentado pedidos de mandados de prisão não apenas contra o premiê, como também a outras autoridades do gabinete israelense. Os pedidos também contemplaram as lideranças do grupo de resistência palestina Hamas, por supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade na guerra.
Biden classificou a medida do TPI de “escandalosa” por, segundo ele, equiparar Israel ao Hamas. Além disso, o norte-americano negou que Israel esteja cometendo genocídio contra o povo palestino.
“A solicitação do promotor do TPI para mandados de prisão contra líderes israelenses é escandalosa. E deixe-me ser claro: seja lá o que este promotor possa insinuar, não há equivalência nenhuma entre Israel e o Hamas. Sempre estaremos ao lado de Israel contra ameaças à sua segurança”, disse o mandatário em um comunicado publicado na segunda-feira (20/05).
Diante da decisão tomada por Khan, o presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Mike Johnson, anunciou que os legisladores estão estudando possíveis alternativas para sanções contra o TPI.
Em outubro passado, Israel lançou uma série de bombardeios à Faixa de Gaza sob a justificativa de que o alvo era o Hamas, matando mais de 35 mil palestinos e ferindo quase 80 mil.
As forças israelenses iniciaram recentemente uma operação na cidade de Rafah, localizada no sul de Gaza e considerada o “abrigo humanitário” para mais de 1,5 milhão de refugiados palestinos que deixaram suas casas no norte e no centro do enclave pelo agravamento dos ataques conduzidos pelo exército de Israel.
(*) Com Telesur