A França declarou nesta quarta-feira (22/05) que reconhecer a Palestina como um Estado soberano não é “tabu”, mas que o país considera não ser “o momento certo” para fazê-lo agora.
O comentário foi feito por Stéphane Séjourné, ministro dos Negócios Estrangeiros francês, após Espanha, Noruega e Irlanda terem anunciado a decisão conjunta de oficialmente reconhecer o Estado palestino a partir de 28 de maio.
“A nossa posição é clara: o reconhecimento de um Estado palestino não é um tabu para a França. Esta decisão tem de ser útil, ou seja, permitir um avanço decisivo a nível político e, tendo isso em conta, deve vir no momento certo para que haja um antes e um depois. A França não considera que estejam presentes até agora as condições para que esta decisão tenha um impacto real neste processo”, disse o chanceler à agência France-Presse.
Nesse sentido, Séjourné considera que “não se trata apenas de simbolismo ou posicionamento político, mas de um instrumento diplomático a serviço da solução de dois Estados que vivem juntos em paz e segurança”.
Reconhecimento do Estado palestino
Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram nesta quarta-feira a decisão de reconhecer a Palestina como Estado independente a partir de 28 de maio. As nações europeias sinalizaram, que esperam que outros países sigam o passo, diante do “perigo” que a solução de dois Estados enfrenta devido ao massacre de Israel contra a população palestina em Gaza. Segundo uma contagem da Autoridade Palestina, 142 dos 193 Estados-membros da ONU expressaram apoio ao reconhecimento.
Essa iniciativa foi celebrada como o início de uma “etapa importante” pelo Hamas e como um momento “histórico” pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP), considerada internacionalmente a única representante legítima dos palestinos.
A reação de Israel foi imediata ao convocar para consultas seus embaixadores na Irlanda e Noruega. O país deve fazer o mesmo com sua embaixadora na Espanha.
“Chegou o momento de passar das palavras à ação, de dizer aos milhões de palestinos inocentes que sofrem que estamos com eles, que há esperança”, declarou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, no Parlamento em Madri.
(*) Com Brasil de Fato e RT em Español