Atualizada às 11:50
Os EUA negociam com a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos a venda de artefatos militares de última geração. O acordo prevê a compra de jatos, bombas terrestres, mísseis de largo alcance, entre outros dispositivos de guerra. Segundo informações da imprensa europeia divulgadas nesta sexta-feira (18/10), o negócio gira em torno de US$ 10,8 bilhões de dólares (cerca de R$ 23 bilhões).
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A Arábia Saudita deseja adquirir cerca de mil bombas GBU-39/B, enquanto os Emirados Árabes planejam a aquisição de 5 mil. Esse material tem poder altamente destrutivo e pode devastar em fração de segundos alvos um raio de 10 km.
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Além disso, os sauditas planejam comprar cerca de 650 mísseis SLAM-ER – uma das armas de guerra mais poderosas já desenvolvida pela indústria bélica. No total do negócio, dos US$ 10,8 bilhões, cerca de US$ 6,8 bilhões são destinados à Arábia Saudita e cerca de US$ 4 bilhões, aos Emirados Árabes.
Questão política
Especialistas em Oriente Médio argumentam que o acordo se enquadra na política norte-americana de fortalecimento das Forças Aéreas e arsenais de mísseis no Golfo Pérsico. Além de tradicionais colaboradores de Washington, esses países, especialmente a Arábia Saudita e os Emirados Árabes, consideram o Irã como ameaça.
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A notícia sobre a venda de armamentos para os países do Golfo surge na semana em que as negociações do Irã sobre seu programa nuclear com representantes da diplomacia europeia, além de EUA, Rússia e China, tiveram um ponto de “virada”. A alta representante da UE (União Europeia), Catherine Ashton, que participou dos encontros em Genebra, descreveu como o momento como “as conversas mais detalhadas da história” nesta quarta-feira (16/10).
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O governo norte-americano, que agora aparece no noticiário internacional como vendedor de armas ao Oriente Médio, tentou, no entanto, de diminuir as expectativas sobre as negociações nucleares com o Irã ao afirmar que não espera que resultem em um “grande avanço” apesar dos “sinais positivos” de Teerã.
“Queremos deixar claro que, apesar dos sinais positivos que vimos, ninguém deveria esperar um grande avanço de hoje a amanhã. Estes são assuntos muito complicados, em alguns casos muito técnicos”, disse em entrevista coletiva o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Segundo informações da Agência Efe, no mesmo sentido, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, disse: “ninguém esperava, nem esperamos, que estas conversas acabassem com um grande avanço”.