Atualizada às 10h18
O referendo que decidirá se Gustavo Petro deve ou não continuar na Prefeitura de Bogotá foi adiado por motivos financeiros. Como o governo colombiano ainda não transferiu o valor necessário para o órgão eleitoral responsável, a organização da consulta à população da capital será impossível até o dia 2 de março.
“Por falta de recursos, a votação revocatória do mandato de Petro terá uma nova data, posterior a 2 de março”, divulgou o órgão por meio do Twitter.
Funcionários ligados à organização do referendo afirmaram que precisam de ao menos 33 dias após o recebimento da verba. O Ministério da Fazenda, por sua vez, anunciou nesta terça-feira (11/02) que o montante necessário deverá estar disponível apenas a partir da próxima semana.
Vitor Sion/Opera Mundi
Ex-guerrilheiro, Petro tem feito mandato polêmico; entre suas medidas, proibir o corte de água por falta de pagamento
Os defensores do prefeito, no entanto, argumentam que o adiamento é uma nova manobra da Justiça local para retirar Petro do poder sem consultar a população. Isso porque caso o Conselho de Estado emita uma sentença apoiando a decisão da Procuradoria local, pela destituição de Petro, o referendo não poderia mais ser realizado, pois não haveria mandato em andamento a ser revogado.
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“Isso tem um nome: prevaricação. A intenção não é outra que adiar para evitar a votação”, afirmou Guillermo Alfonso Jaramillo, chefe da campanha de Petro contra a destituição.
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Em dezembro, o procurador-geral da Colômbia, Alejandro Ordoñez, destituiu o dirigente de esquerda e o tornou inelegível pelos próximos 15 anos por suposta má gestão da crise de coleta de lixo em Bogotá. Petro tentou reestatizar o setor na capital, entregando o contrato do serviço a uma empresa pública, impedido a livre competição entre as quatro empresas que administram o lixo na cidade.
Ex-membro do M-19, guerrilha urbana surgida nos anos 1970, Petro foi eleito para o período de 2012 a 2015 e tem o apoio de 60% da população, segundo as últimas pesquisas divulgadas no país.