Em um ato organizado por coletivos e movimentos sociais chilenos, cerca de duas mil pessoas se reuniram nesta quinta-feira (16/05) em frente ao Palácio de La Moneda, sede do Poder Executivo chileno, para pressionar o presidente Gabriel Boric a cortar relações com o Estado de Israel.
Segundo os manifestantes, o governo chileno deve adotar essa postura como forma de repudiar o massacre as forças israelenses vêm impondo à população civil na Faixa de Gaza, com uma ofensiva militar que já matou mais de 35 mil civis palestinos.
Em meio à manifestação, enquanto deixava a sede administrativa, o mandatário desceu do carro presidencial, e conversou com uma das porta-vozes do movimento, que entregou a ele uma carta na qual se expressa formalmente o pedido.
O documento defende que Santiago rompa temporariamente suas relações com Tel Aviv até que se alcance um cessar-fogo permanente em Gaza. Também se solicitou ao governo chileno reforçar o reconhecimento já manifestado ao Estado da Palestina e que o Chile se some aos esforços que vem sendo feitos na Organização das Nações Unidas (ONU) para que a Palestina seja aceita como membro pleno da entidade.
Desde o início da ofensiva militar na Faixa de Gaza, em outubro do ano passado, seis países tomaram a decisão de cortar relações com Israel: África do Sul, Bahrein, Belize e Bolívia o fizeram em novembro passado, enquanto os casos mais recentes aconteceram neste mês de maio, com as decisões anunciadas pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro e pelo mandatário da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
Além da carta entregue a Boric, os movimentos sociais chilenos também aproveitaram o ato para recordar os 76 anos da Nakba, a limpeza étnica contra o povo palestino realizada em 1948, quando centenas de milhares de pessoas foram expulsas de suas casas em meio ao processo que resultou na fundação do Estado de Israel.
Vale destacar que o Chile alberga uma das maiores comunidades palestinas fora do mundo árabe, e reconhece o Estado da Palestina desde 2009.