* Atualizada às 12h50
O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, aceitou nesta sexta-feira (14/02) a renúncia do primeiro-ministro, Enrico Letta. Após ter anunciado ontem que iria demitir-se do cargo em função de um motim em seu próprio partido, Letta chegou em seu carro ao Palácio do Quirinal, residência presidencial, para uma última reunião com Napolitano.
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Agência Efe
O agora ex-premiê Enrico Letta chega em seu carro ao Palácio do Quirinal, residência do presidente, Giorgio Napolitano
Antes de nomear o novo premiê, o presidente deverá passar o final de semana reunindo-se com líderes políticos da Itália. Suas consultas deverão apurar o apoio que tem Matteo Renzi, líder do PD (Partido Democrático) — e responsável pela articulação que pôs fim aos dez meses de governo de Letta. Espera-se que Renzi seja apontado como o novo chefe de governo do país. Caso seja confirmado, seria o premiê mais jovem da história política italiana.
Em sua conta oficial no Twitter, Letta informou que estava chegando ao Palácio do Quirinal para entregar a renúncia ao chefe de Estado. Letta agradeceu a todos que o ajudaram, e disse: “Cada dia como se fosse o último”.
Al #Quirinale a rassegnare le dimissioni al Capo dello Stato.Grazie a tutti quelli che mi hanno aiutato.”Ogni giorno come se fosse l'ultimo”
— Enrico Letta (@EnricoLetta) 14 fevereiro 2014
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Novas eleições são “tolice”
Em comunicado, a Chefia do Estado explicou que a renúncia irrevogável de Letta acontece depois que o Partido Democrata “votou a favor de uma mudança no governo. Assim, faltou o apoio determinante do principal membro da maioria do governo”.
A nota acrescenta que, diante dessa situação, Letta desprezou a possibilidade de comprovar se conta com a maioria no Parlamento, assim como “não se mostrou disponível a presidir governos apoiados por outras hipotéticas maiorias”.
Assim, Napolitano comunicou que abrirá a rodada de consultas com as forças parlamentares hoje mesmo, a fim de “levar a uma eficaz solução da crise, nesta delicada fase econômica que o país atravessa e para enfrentar o mais rápido possível o exame da nova lei eleitoral e outras reformas institucionais urgentes”. A possibilidade de convocar eleições é remota — o próprio Napolitano as classificou como “tolices” quando perguntado por repórteres, dois dias atrás.
Tudo indica que a solução deverá ser apresentada pelo próprio PD, legenda à frente da coalizão de centro-esquerda que detém folgada maioria no parlamento. O partido deverá propor a formação de um governo de coalizão até 2018 liderado por Matteo Renzi.
Quanto às consultas com Napolitano, o M5S (Movimento 5 Estrelas) anunciou que não participará das negociações em sinal de protesto contra o gerenciamento da crise em nova queda de braço com as instituições da política italiana.
A nova centro-direita, o partido de Angelino Alfano, atual vice-presidente e dissidente do partido de Silvio Berlusconi, anunciou que apoiará, com algumas condições, o governo de Renzi. Igual posição tem o grupo Escolha Cívica.
O partido de Berlusconi, Forza Itália, já se adiantou ao anunciar total rejeição ao Executivo de Renzi.
* Com informações da Agência Efe