O Irã e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) acertaram cinco novas medidas de cooperação para que o país islâmico resolva as dúvidas sobre seu programa nuclear, segundo informou nesta quarta-feira (21/05) a agência da ONU. O prazo máximo de cumprimento do acordo é o dia 25 de agosto.
De acordo com a AIEA, o Irã deve fornecer informações “no que diz respeito às alegações relacionadas à iniciação de altos explosivos, incluindo a condução de experimentos com produtos altamente explosivos em larga escala”.
Vários serviços de inteligência fizeram chegar à AIEA em 2011 informação sobre esses supostos experimentos com potentes explosivos, necessários para iniciar a reação em cadeia de uma explosão nuclear.
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Yukiya Amano, diretor-geral da AIEA: agência nuclear da ONU receberá informações do Irã sobre programa atômico
Além disso, o país também dará “informações e explicações a estudos feitos e/ou artigos publicados no Irã em relação ao transporte de nêutrons e modelagem e cálculos associados e sua suposta aplicação a materiais compactados”.
Os restos das medidas incluem a troca de informação técnica sobre diversos aspectos do programa atômico iraniano, especialmente sobre a construção e desenvolvimento das centrífugas necessárias para purificar urânio.
O quinto ponto inclui concluir a proposta por volta das salvaguardas para o reator de água pesada que está sendo construído em Arak, e que, uma vez operacional, gerará plutônio, um material de duplo uso, civil e militar.
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Depois de um acordo em novembro do ano passado, a AIEA pactuou com o Irã os primeiros sete passos práticos que deveriam ser dados antes do dia 15 de maio e que tiveram “um bom progresso”, segundo a agência informou hoje.
A cooperação é destinada a ampliar a transparência do programa nuclear iraniano, a fim de acalmar a inquietação que gera na comunidade internacional. Diversos países, especialmente os ocidentais, temem que haja uma finalidade militar nos estudos nucleares do Irã, algo que Teerã negou repetidamente.
As informações que o Irã deve fornecer à AIEA sobre os experimentos com explosivos de alta potência são consideradas a “prova de fogo” sobre a real disposição de Teerã a esclarecer o que a agência chama de “possíveis dimensões militares” do programa nuclear iraniano.
O acordo do Irã com a AIEA é paralelo às negociações com o denominado G5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), que pretende conseguir uma regra definitiva para encerrar o litígio nuclear com o país islâmico, que já dura uma década.