Pelo menos uma pessoa foi condenada à morte e outras 54 foram consideradas culpadas após um julgamento em massa em Xinjiang, província de maioria muçulmana situada no noroeste da China. As sentenças se referiam a uma ampla gama de crimes que incluem terrorismo, separatismo e homicídio, informou a imprensa estatal chinesa.
Reprodução/ TopWorldNews
Os veredictos foram declarados a uma multidão de 7 mil pessoas, em um estádio de futebol na cidade de Yining
Após uma série de ataques em Xinjiang, as autoridades chinesas decidiram travar a operação de “antiterrorismo” na região, lar da minoria muçulmana uigur. A sentença pública destacou o desejo do Partido Comunista em derrubar qualquer “terrorismo violento, separatismo e extremismo religioso”, afirmou o vice-secretário do partido da prefeitura, Li Minghui.
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Os veredictos foram declarados a uma multidão de 7 mil pessoas, em um estádio de futebol na cidade de Yining. Na semana passada houve um julgamento em massa semelhante nas redondezas, onde 39 pessoas foram condenadas à prisão por acusações de “terrorismo”.
Apenas em maio, mais de 200 pessoas foram detidas e 23 grupos extremistas foram desmantelados, de acordo com as autoridades do Partido Comunista. Na terça (27/05), a China prendeu cinco suspeitos de planejarem um ataque terrorista e capturou 1,8 tonelada de materiais para fabricação de explosivos.
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Na última semana, o primeiro-ministro chinês Xi Jinping declarou preocupação com a segurança no continente e a preocupante escalada do terrorismo no país. “Nós devemos ter tolerância zero com o terrorismo, separatismo e extremismo e devemos fortalecer a cooperação internacional e fortalecer a luta contra essas três forças”, afirmou na ocasião.
Histórico de conflito
A tensão entre autoridades chinesas e os extremistas uigur têm sido frequentes. Na quinta passada (22/05), uma série de explosões em um mercado ao ar livre da cidade de Urumqi, capital de Xinjiang, deixou 31 pessoas mortas e outras 90 feridas.
No mês passado, Urumqi também foi alvo de um ataque a uma estação de trem que causou a morte de três pessoas e feriu outras 79. Em março, houve outro atentado semelhante na estação ferroviária de Kunming, no sul da China, quando 33 pessoas morreram e mais de 140 ficaram feridas.
Situada na fronteira com Afeganistão e Paquistão, a província de Xinjiang é povoada por várias etnias muçulmanas ligadas aos povos da Ásia Central que reivindicam a independência dessa região a partir da criação de um Estado chamado “Turquestão Oriental”. De acordo com Pequim, os separatistas uigures estariam vinculados a grupos terroristas como a Al Qaeda.