A presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, declarou nesta quinta-feira (07/08), em um comunicado transmitido pela televisão, estado de emergência no país por consequência da epidemia de ebola. Em seu discurso, a presidente afirmou que alguns direitos civis podem ser suspensos pela crise vivida pelo surto de ebola, que já matou 282 pessoas no país.
“A ignorância e a pobreza, assim como as práticas religiosas e culturais arraigadas, continuam favorecendo a propagação da doença”, disse no discurso televisado. O vírus causou até agora 932 mortes de 1.711 casos possíveis e confirmados na Libéria, Guiné, Serra Leoa e Nigéria, de acordo com os números mais recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde).
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Agência Efe
Crianças na Libéria aprendem a lavar as mãos para evitar contagio com o ebola
Os temores que o surto de ebola se estenda fora do continente africano puseram as autoridades sanitárias dos Estados Unidos em alerta e, embora descartem a possibilidade de uma epidemia, têm preparadas 20 “estações de quarentena” para detectar viajantes infectados.
O medo de que o letal vírus possa estar a um “voo de distância” ficou patente com os recentes casos de vários passageiros infectados que morreram ao chegar a seu destino na Arábia Saudita e na Nigéria, assim como vários casos suspeitos em Nova York e Ohio, que já foram descartados.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA anunciaram hoje o aumento dos esforços, com especial ênfase nos viajantes entre a zona mais afetada e Estados Unidos.
Apesar de ser pouco provável que uma pessoa se contagie com o vírus em um avião, a menos que tenha contato direto com sangue ou fluidos, como saliva ou urina, de um doente, os CDC emitiram diretrizes às companhias aéreas sobre o manejo de passageiros que estejam doentes.
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“As companhias aéreas devem considerar utilizar sua própria autoridade para negar a abordagem de pacientes doentes diante da suspeita que tenham ebola”, indica o documento entregue pelos CDC às companhias aéreas. Os CDC recomendam, além disso, que todos os aviões que viajem aos países afetados pelo ebola contem com uma caixa de primeiros socorros especial perante a possibilidade de tratar um paciente a bordo.
O diretor dos CDC, Tom Frieden, afirmou recentemente que a alta taxa de mortalidade da doença, entre 50% e 90%, possivelmente seria inferior se os pacientes fossem tratados em condições sanitárias ótimas, algo complicado nos países mais afetados, localizados na África Ocidental, perante a escassez de recursos.
Além do contato direto com sangue e outras secreções de um doente, a exposição a objetos como seringas e equipamento médico é outra via de contágio comum, o que demonstra o considerável número de médicos e enfermeiras contagiados na zona de maior risco.
Espanhol infectado
O avião militar que leva um padre espanhol infectado com o vírus ebola na Libéria aterrissou em Madri nesta quinta-feira, informou o Ministério da Defesa da Espanha. Trata-se de Miguel Pajares, o primeiro infectado com o vírus que é transferido para a Europa para seu tratamento e que está acompanhado por uma freira de origem guineana e com passaporte espanhol, Juliana Bohi, que não contraiu a doença.
O avião da Aeronáutica, um Airbus A310, aterrissou na base aérea de Torrejón, nos arredores a Madri, às 8h10 locais (3h10 de Brasília). A aeronave está equipada com todas as medidas médicas e de segurança para evitar que a tripulação e o pessoal de saúde pudessem ser contaminados.
Agência Efe
Padre espanhol infectado com o vírus do ebola é levado a hospital de Madri
Os dois religiosos serão transferidos ao hospital Carlos III de Madri, onde estão ativados os protocolos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, que garantem o risco mínimo para o atendimento dos pacientes com esse tipo de doença.
O religioso, de 75 anos, será internado em um pavilhão de isolamento que conta com quartos de pressão negativa com um circuito especial de entrada e de saída dos agentes de saúde, e com uma ducha para que eles possam se lavar antes e depois de retirarem as roupas de segurança.
A diretora geral de Saúde Pública, Mercedes Vinuesa, explicou ontem que todos os trâmites foram cumpridos para que “a segurança esteja absolutamente garantida para toda a sociedade e todos os espanhóis”.
(*) Com informações da Agência Efe