O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reafirmou nesta terça-feira (16/09) que não vai enviar tropas terrestres para combater o Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, apesar de um funcionário do alto escalão do Pentágono ter mencionado essa possibilidade mais cedo, garantiu o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
Agência Efe
EUA lançam primeira ofensiva aérea na região de Bagdá
O chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Martin Dempsey, disse hoje em uma audiência no Senado que não descarta a possibilidade de recomendar a Obama o envio de tropas em uma missão de combate em situações como uma possível tentativa de retomar Mossul, que foi conquistada pelos jihadistas em junho.
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Perguntado por essas declarações, que contradizem a promessa de Obama de não destinar às tropas americanas um papel de combate na Síria ou no Iraque, o porta-voz da Casa Branca assegurou que Dempsey falou no contexto dos planos encarregados ao Pentágono para responder a distintas contingências.
“As declarações do general Dempsey deixam claro que se referia a uma situação hipotética na qual poderia haver uma situação futura em que ele poderia fazer uma recomendação tática ao presidente relativa ao uso de tropas terrestres”, disse Earnest aos jornalistas que viajam com Obama para Atlanta, no estado da Geórgia.
Ataque à Síria
O secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, afirmou hoje que os ataques aéreos do país na Síria terão como alvo os “santuários” e infraestruturas do Estado Islâmico. Isso abarcaria os centros de comando, suas capacidades logísticas e infraestruturas.
Dempsey acrescentou que as ações serão de grande escala, semelhantes com as que foram realizadas no começo da invasão do Iraque em 2003.
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O presidente republicano da Câmara de Representantes dos EUA, John Boehner, apoiou o plano de Obama de armar e treinar os opositores ao governo do presidente Bashar al-Assar na Síria para que lute contra o EI e pediu apoio do Congresso à medida.
A Síria rechaça qualquer ação em seu território sem permissão. Da mesma forma, a Rússia afirmou que qualificará de “brutal ato de agressão” qualquer ataque aéreo dos Estados Unidos contra o grupo jihadista EI em território sírio, sem a prévia autorização do governo da Síria ou do Conselho de Segurança da ONU.
Coalizão dos EUA
Obama se reuniu hoje no Salão Oval com o general reformado John Allen, que foi designado no sábado como enviado especial para a coalizão global para combater o EI, e com o “número 2” nessa missão, que é também o encarregado para o Irã e o Iraque no Departamento de Estado, Brett McGurk.
Allen teve papel chave nas ações no Iraque e Afeganistão e agora volta à cena um ano e meio após se retirar do Exército. Ele terá como missão coordenar os sócios ocidentais e árabes, que têm o inimigo comum, mas divergem sobre a forma de combatê-lo.
Coalizão jihadista
Os setores Magrebi (AQMI) e iemenita (AQPA) da rede islamita Al Qaeda emitiram um comunicado hoje dirigido aos integrantes do grupo Estado Islâmico.
No texto, eles pedem aos “irmãos mujahidin [combatentes em defesa do Islã] no Iraque e Levante que deixem de se matar entre si e se unam contra a campanha dos Estados Unidos e sua coalizão diabólica”, disseram, em referência à reunião realizada pelos EUA com 30 aliados para desenvolver uma estratégia de combate ao EI.