* Atualizada às 15h10
Após vencer as eleições gregas e ficar a apenas duas cadeiras da maioria absoluta no Parlamento (149 dos 300 assentos), o partido da esquerda radcial Syriza recebeu nesta segunda-feira (26/01) o apoio dos Gregos Independentes, legenda da direita nacionalista, para conseguir formar uma coalizão antiausteridade que governe o país. Com o acordo, Alexis Tsipras, líder do Syriza, já jurou hoje o cargo de primeiro-ministro.
“Gostaria de dizer, simplesmente, que, a partir deste momento, há governo na Grécia”, disse Panos Kammenos, líder dos Gregos Independentes, após sair de uma reunião com a cúpula do Syriza. O partido nacionalista despontou como a sexta força nas eleições gregas deste domingo (25/01), com 4,75% dos votos (13 cadeiras).
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Agência Efe
Alexis Tsipras, líder do Syriza, se reúne com Panos Kammenos, do Gregos Independentes, para formar governo de coalizão na Grécia
A legenda direitista dos Gregos Independentes é tida como pequena, populista e de pouca expressão. Embora concorde com o Syriza sobre a necessidade de rever as medidas de austeridade impostas como contrapartida ao “socorro” financeiro oferecido para lidar com a crise, os dois partidos, agora unidos, discordam em uma série de questões sociais, como imigração.
Apesar do acordo com a legenda da direita nacionalista, Alexis Tsipras ainda pode buscar o apoio de outros partidos, como o centrista To Potami, liderado por Stavros Theodorakis.
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Ante os 149 assentos conquistas pelo Syriza, o segundo colocado no pleito legislativo de domingo foi o centro-direita Nova Democracia, do atual premiê, Antonis Samaras, com 76 cadeiras.
Em terceiro, ficou o partido neo-nazista de extrema-direita Aurora Dourada, com 18 representantes no Parlamento. O líder da legenda, Nikolaos Mihaloliakos, e diversas outras figuras do partido, estão ou presos ou sob custódia domicialiar.
Economia
Provável novo ministro das Finanças da Grécia, o deputado do Syriza Yanis Varufakis descartou hoje que a Grécia vá sair da zona do euro após a vitória nas eleições. Em vez de buscar “o confronto”, o novo governo grego negociará construtivamente a reestruturação da dívida do país com Bruxelas e os demais representantes da chamada “troika” — formada por Comissão Europeia, BCE (Banco Central Europeu) e FMI (Fundo Monetário Internacional).
“Houve um pouco de pose de nossa parte”, declarou o parlamentar de nacionalidade grega e australiana. O deputado explicou que o “importante agora é se sentar e conversar” sobre a melhor maneira de reorganizar o pagamento da dívida grega.
Após a vítoria da esquerda radical, a Bolsa de Atenas amanheceu hoje com uma queda de mais de 5% na primeira sessão do dia.
A diretoria do BCE também veio a público hoje para acalmar os ânimos do mercado ao dizer não acreditar que haja risco de contágio a outros países do bloco. O francês Bruno Coeuré, membro do diretório do banco, afirmou que as medidas adotadas pela troika “permitem condições financeiras muito protetoras para o resto da zona do euro”.
* Com informações da Agência Efe