O presidente de Israel, Reuven Rivlin, admitiu nesta segunda-feira (04/05) que o país cometeu erros que causaram uma “ferida aberta” em israelenses de origem etíope. A declaração vem um dia após emigrantes judeus etíopes organizarem uma marcha que reuniu ao menos 10 mil pessoas em Tel Aviv contra a violência policial, racismo e discriminação que sofrem no território.
EFE
Judeus etíopes protestam com bandeira de Israel, pedindo igualdade de direitos
“Cometemos um erro: não abrimos direito os olhos, nem escutamos de forma adequada, mas nós vemos enfrentar essa ferida aberta”, garantiu Rivlin. Após os incidentes, o primeiro-ministro e chefe de Governo israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniu com líderes judeus etíopes e pediu “unidade contra o racismo”.
No protesto de domingo (03/05), confrontos deixaram ao menos 60 feridos e mais de 40 detidos. Os agentes usaram gás de pimenta e lacrimogêneo, aumentando ainda mais a tensão entre os manifestantes, que partiram da praça Rabin com destino à Prefeitura de Tel Aviv. Trata-se da segunda manifestação do gênero em uma semana em Israel.
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A tensão aumentou no dia 26 de abril, quando a imprensa israelense reproduziu um vídeo caseiro publicado na internet que denuncia uma abordagem violenta de dois agentes policiais brancos contra um soldado negro de origem etíope na cidade de Holon, situada a sudeste de Tel Aviv.
“Meu sangue é bom o suficiente para servir o Exército, mas não o suficiente para nada mais”, declarou uma manifestante, segundo a Al Jazeera.
Nos atos de domingo e de quinta-feira, israelenses de outras origens gritavam palavras de ordem, como “um policial violento deve ir para a prisão” e “pedimos igualdade de direitos”.
Em Israel, vivem mais de 130 mil emigrantes etíopes, que chegaram ao país em duas ondas, uma em meados dos anos 1980 e outra no início de 1990.
No entanto, casos de discriminação são recorrentes: em janeiro de 2012, manifestantes judeus etíopes realizaram uma série de atos contra humilhações decorrentes de racismo em Israel, diante do parlamento local, o Knesset.