Os chanceleres brasileiro, Mauro Vieira, argentino, Héctor Timerman, e colombiana, Ángela Holguín, se reuniram nesta sexta-feira (04/09) na Colômbia, com o objetivo de estimular o diálogo entre Bogotá e Caracas, em meio à crise na fronteira colombo-venezuelana.
Neste sábado (05/09), os diplomatas viajarão para a Venezuela, onde se reunirão com a ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, com o mesmo objetivo.
Agência Efe
Chanceleres de Argentina (esquerda), Brasil (centro) e Colômbia (direita) em reunião em Bogotá
De acordo com o comunicado emitido pela chancelaria da Argentina, “os chanceleres buscam contribuir com a solução dos problemas humanitários e econômicos da fronteira” por meio do “diálogo entre ambas as partes, dada a importância da unidade da região e à solução pacífica e negociada das diferenças”.
Durante o encontro com Holguín, o ministro Mauro Vieira entregou à chanceler uma carta da presidente Dilma Rousseff endereçada ao mandatário colombiano, Juan Manuel Santos.
Brasil e Argentina fazem parte dos 11 países que se abstiveram na última segunda-feira de apoiar o pedido da Colômbia de convocar os chanceleres dos 34 países da OEA (Organização dos Estados Americanos) para analisar a crise na fronteira com a Venezuela.
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Também hoje, a Venezuela anunciou a abertura de um corredor na fronteira com a Colômbia e permitiu a passagem de dezenas de crianças e jovens.
“Foi aberto um corredor e as crianças colombianas que vivem na Venezuela e estudam na Colômbia estão voltando às aulas, algumas com suas famílias”, disse a jornalistas o prefeito da cidade colombiana fronteiriça de Cúcuta, Donamaris Ramírez.
Agência Efe
Estudantes venezuelanos foram autorizados a cruzar fronteira para aulas na Colômbia
Contexto
Há duas semanas, militares venezuelanos foram baleados enquanto patrulhavam a fronteira do estado de Táchira, na tentativa de evitar o contrabando de gasolina e alimentos subsidiados para a Colômbia, onde são vendidos com mais de 300% de lucro.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, atribuiu, na ocasião, o ataque às “máfias paramilitares colombianas” e assim, anunciou o fechamento da fronteira e decretou estado de exceção constitucional que já abrange dez municípios.
Desde então, pelo menos 1.355 colombianos foram repatriados. A Venezuela nega que tenha deportado alguém, mas fala em “devolução” para a Colômbia de pessoas sem os devidos documentos.