Os Estados Unidos anunciaram novas sanções contra 11 indivíduos e empresas do Irã em relação ao programa do país persa de desenvolvimento de mísseis balísticos, informou o Departamento do Tesouro norte-americano neste domingo (17/01).
O anúncio das novas sanções acontece um dia depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter assinado a ordem de suspensão das sanções atômicas contra Teerã, conforme a entrada em vigor do acordo sobre o programa nuclear iraniano.
EFE
Obama: 'Este é um bom dia porque mais uma vez estamos vendo o que é possível por meio de uma forte diplomacia norte-americana'
As novas sanções são uma resposta aos testes efetuados pelas autoridades do Irã com mísseis balísticos de precisão em outubro do ano passado, em um gesto de violação de tratativas da ONU.
“O programa do Irã de mísseis balísticos representa uma ameaça significativa à segurança regional e global, e continuará sendo sujeito a sanções internacionais”, explicou o subsecretário do Tesouro norte-americano para Terrorismo e Inteligência Financeira, Adam Szubin.
Segundo fontes da Reuters, essas sanções haviam sido adiadas devido às “tensas negociações” pela soltura dos cinco prisioneiros norte-americanos, retidos em território iraniano e libertados ontem, após uma troca de detentos.
Pagamento de dívida
Em paralelo, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, anunciou nesta tarde que os EUA pagarão ao Irã 400 milhões de dólares em dívidas e 1,3 bilhão de dólares em juros contabilizados desde a Revolução Islâmica, que ocorreu em 1979.
Kerry descreveu o pagamento – acertado perante um tribunal internacional — como uma “solução justa”.
“Os Estados Unidos e o Irã hoje resolveram uma reivindicação pendente há muito tempo no Tribunal de Reivindicações Irã-EUA”, afirmou o chefe da diplomacia norte-americana, em nota oficial.
O pagamento, que soluciona um caso que Teerã levou em 1981 a Haia (Holanda), não faz parte dos bilhões de dólares dos quais o governo iraniano poderá dispor no mundo todo após a suspensão de sanções atômicas.
EFE
De Viena, Kerry concedeu entrevista coletiva a jornalistas em que minimizou os riscos de uma crise nuclear no Oriente Médio
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Pronunciamento de Obama
Da Casa Branca, Obama realizou um pronunciamento nesta tarde em que comentou o novo momento diplomático com as autoridades iranianas.
“Este é um bom dia porque mais uma vez estamos vendo o que é possível por meio de uma forte diplomacia norte-americana”, afirmou o chefe de Estado.
“Estas coisas são um lembrete sobre o que nós podemos alcançar quando nós lideramos com força e sabedoria”, acrescentou.
Entenda o caso
Nas últimas horas, diversas potências mundiais comemoraram a nova etapa do acordo nuclear com o governo iraniano. A entrada em vigor do JCPOA (Plano Integral de Ação Conjunta) entre Teerã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha) indicará as diretrizes deste novo momento diplomático, com o fim paulatino das sanções econômicas e financeiras contra o país persa.
Essa medida ocorreu ontem à noite, após a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) confirmar que Teerã cumpriu as exigências do pacto, que previa a limitação de vários aspectos do seu programa atômico durante períodos de 10 a 25 anos. Ainda ontem, Teerã e Washington realizaram uma troca de presos, sinalizando uma abertura diplomática.
O principal Estado crítico ao acordo nuclear com os iranianos é Israel. Segundo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Teerã continua buscando desenvolver armas nucleares e espalhar o terrorismo.