Pelo menos 38 pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas em um duplo ataque suicida realizado nesta quinta-feira (30/06) contra dois ônibus da polícia nos arredores de Cabul, a capital do Afeganistão. O grupo radical Talibã reivindicou a autoria do ataque.
Um primeiro agressor detonou os explosivos que carregava em seu veículo contra dois ônibus em que viajavam cadetes policiais e, cinco minutos depois, um segundo agressor a pé se explodiu nessa mesma região, afirmou Moussa Rahmati, governador do distrito de Paghman, onde aconteceu a ação.
Agência Efe
Ônibus atingidos por explosões em Cabul nesta quinta-feira
A primeira detonação, ocorrida por volta das 12h locais (4h30 de Brasília), ocorreu entre dois ônibus policiais, quando estes reduziram a velocidade para passar sobre uma lombada, e causou vítimas nos dois veículos, segundo o governador.
“No total havia cinco ônibus grandes da polícia e também outros três ônibus privados que foram alugados para transportar os cadetes de um centro de treinamento policial na província de Maidan Wardak até Cabul”, explicou Rahmati à Agência Efe.
Entre os mortos, seis são civis, incluindo uma mulher em situação de rua, uma criança e dois idosos, enquanto os restantes eram todos ocupantes dos veículos atacados.
Rahmati disse também que as explosões causaram ferimentos em mais de 40 pessoas, das quais várias se encontram em estado crítico, e acrescentou que elas foram transferidas para diferentes hospitais da capital afegã.
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Os talibãs afirmaram que a primeira explosão foi detonada por um suicida identificado como Shamsulhaq Herati contra um veículo no qual viajavam professores de uma academia de polícia.
“Quando a polícia chegou para recolher os mortos e feridos, um segundo guerreiro que buscava o martírio (suicida), Muhibullah, realizou um segundo ataque utilizando um carro-bomba”, afirmou em comunicado Zabiullah Mujahid, porta-voz do grupo insurgente.
O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, condenou o ataque em um comunicado e o qualificou de “crime contra a humanidade”. Além disso, o chefe de Estado ordenou ao Ministério do Interior que investigue se houve “negligência” por parte das autoridades na hora de transportar os cadetes.
Se esse for o caso, Ghani comentou que o Executivo realizará “ações” contra os responsáveis.
A instabilidade no Afeganistão vem crescendo desde o fim da missão militar da Otan em dezembro de 2014, e os talibãs ampliaram seu controle no país assim como aumentaram a frequência e o tamanho dos atentados nas grandes cidades.
No último grande atentado na capital afegã, 14 guardas de segurança da embaixada canadense em Cabul, 12 deles nepaleses e dois indianos, morreram há dez dias quando estavam a caminho do trabalho em um ônibus.