Em seu giro pelo Brasil para o lançamento do livro Contra o Sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista (Editora Alameda), o jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, chega à região Norte do país na próxima semana, com passagens marcadas pelas cidades de Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Manaus (AM) e Teresina (PI).
A partir da próxima terça-feira (18/06) e até o dia 26 de junho, Altman levará à região a obra que é resultado de suas intervenções no canal de Youtube de Opera Mundi, em que tratou da história do sionismo, da resistência palestina e das agressões do governo de Benjamin Netanyahu contra a população civil de Gaza. Hoje, com oito meses de guerra, a conduta das autoridades israelenses já resultou na morte de mais de 37 mil palestinos.
Altman aponta as diferenças entre judaísmo e sionismo e esclarece como o próprio sionismo se transformou em uma ideologia racista, colonial e teocrática que promoveu a construção de um regime de apartheid contra os palestinos.
Porto Velho
Chegando em Porto Velho, capital de Rondônia, na próxima terça-feira (18/06), Altman lança a obra no Auditório Central (Salão Nobre) do Prédio Central Da Reitoria da Universidade Federal de Rondônia (UNIR CENTRO), a partir das 19h.
Segundo o organizador do evento, Vinicius Nogueira, a escolha do local para o lançamento de Contra o Sionismo foi feita a dedo, por ter sido palco de “importantes lutas de resistência ao longo dos anos”, como lutas contra interventores nos anos 1980 e 1990 às ocupações como as de 2007, 2008 e 2011.
“Além disso, defendemos que as universidades públicas no país, por seu papel de defesa da ciência, difusão do conhecimento e apoio às lutas populares devem ser “Palestinizar”, servindo como instrumento público de ressonância e amplificação do direito ao povo palestino de resistir e se autodeterminar”, declarou Nogueira.
O lançamento de Contra o Sionismo também terá um debate sobre a questão palestina, imperialismo e libertação. De acordo com Nogueira, o objetivo é discutir o papel do imperialismo, em especial o norte-americano, no processo de genocídio e limpeza étnica da Palestina.
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Lançamento de ‘Contra o Sionismo’ em Porto Velho (RO), em 18 de junho
Temas como as tarefas históricas da resistência nacional palestina na sua luta por autodeterminação e libertação nacional também serão centrais no seminário. Para isso, Altman estará ao lado do presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah.
“A luta do povo palestino por sua libertação nacional e pelo fim do regime de ocupação e de apartheid, é um direito inalienável, consagrado na Carta das Nações Unidas. Nada ou ninguém pode negar este direito”, declarou Nogueira sobre a importância de abordar a resistência palestina diante da violência de Israel.
O evento, que espera receber de 120 a 150 pessoas, também terá uma sessão de autógrafos. Para isso, conta com a organização do Grupo de Pesquisa “História, Sociedade e Educação no Brasil” de Rondônia (HISTEDBR/UNIR), do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo), do Comitê de apoio à resistência Palestina em Rondônia, e da Associação de Docentes da UNIR.
Rio branco
Em Rio Branco, capital do Acre, o livro Contra o Sionismo será lançado em 20 de junho. O evento, que contará com um debate escancarando as articulações genocidas de Israel contra os palestinos, acontecerá no Auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac), a partir das 18h00. O endereço fica na BR 364, quilômetro 04.
Além da própria Adufac, o encontro é organizado pelo Comitê Acreano de Defesa da Causa Palestina, Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Assim como em Porto Velho, Altman estará acompanhado do presidente da Fepal, Ualid Rabah, também no evento da capital acreana.
“A obra de Altman contribui sobremaneira para a denúncia sobre o ideário fascista e colonial que subjaz o sionismo, diferenciando-o do judaísmo e, permite, por meio de uma perspectiva histórica, situar a questão palestina a partir dos acontecimentos do 7 de outubro de 2023”, explicou a professora Raquel Alves Ishii, representante do Comando Local de Greve Docente da Ufac, referindo-se ao autor do livro como uma “referência em defesa da causa palestina” no Brasil.
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“O lançamento de seu livro será importante para nossa comunidade tendo em vista que, nosso sindicato nacional, o ANDES-SN, já assumiu a defesa e luta pela Palestina, contra o genocídio”, destacou a Opera Mundi.
Raquel também informou que parte dos docentes estaduais compõe o Comitê Acreano de Defesa da Causa Palestina. A entidade, segundo ela, “tem se articulado e promovido ações em espaços públicos de Rio Branco, como atos e debates que visibilizem a luta do povo palestino”.
Vale ressaltar que o Acre é um dos Estados mais bolsonaristas do país, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu 70% dos votos válidos no segundo turno das eleições de 2022. Nesse sentido, há “desafios para pautas mais progressistas em espaços institucionais ou não institucionais”, principalmente quando se debatem questões envolvendo os direitos humanos e pautas que combatem crimes como racismo e xenofobia, entre outros.
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A partir da próxima terça-feira (18/06), Breno Altman lança obra ‘Contra o Sionismo’ na região Norte do Brasil
“Certamente, o lançamento do livro e a presença de Breno Altman poderá atrair discursos de ódio e manifestações sionistas em redes sociais do sindicato. Por outro lado, ainda se cultiva um espaço aberto e democrático no âmbito da universidade, em que a liberdade de manifestação do pensamento associado à necessidade de posicionamento político contumaz por parte de intelectuais progressistas, tornará o lançamento da obra uma oportunidade única para fortalecer a luta do povo palestino e o combate ao sionismo”, concluiu Ishii.
Manaus
Já em Manaus, no Amazonas, o livro Contra o Sionismo será lançado na segunda-feira (24/06), no auditório Rio Amazonas, na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amazonas (FES UFAM), a partir das 14h.
O evento de debate sobre a resistência palestina e a sessão de autógrafos acontece com a organização da Aliança pela Libertação da Palestina (ALP- Manaus), entidade composta majoritariamente por professores e estudantes da UFAM e membros de forças políticas.
Já a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA), o Comitê de apoio AND, a organização Jikitaia e a Juventude Manifesta também apoiam a realização do debate.
Assim, entre 200 e 300 pessoas devem comparecer ao lançamento e debate com Altman e Gisele Sifroni, neta de judeus e professora da Faculdade de Educação-FACED/UFAM.
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Lançamento de ‘Contra o Sionismo’ em Manaus (AM), em 24 de junho
A organizadora Rita Al Qamar, que também será mediadora da mesa de conversa, declara que o lançamento de Contra o Sionismo no auditório Rio Amazonas tem um “significado forte”.
“Fomos violentados pela Polícia Federal ao expulsarmos o sionista André Lajst [presidente da organização sionista StandWithUs] desse mesmo auditório. Estamos demarcando que não somente o movimento estudantil, mas a comunidade acadêmica e comunidade externa se posicionam contra o genocídio palestino cometido pelas forças sionistas com apoio dos Estados Unidos. Não vamos parar enquanto a Palestina não for livre, do rio ao mar”, declarou Al Qamar, que também é pedagoga e ex-presidente do DCE-UFAM.
Questionada sobre a importância da obra para a formação brasileira sobre a ideologia sionista, a organizadora avalia que o livro de Altman “desnuda o sionismo e suas práticas racistas e colonialistas, enfraquecendo a propaganda que tenta distorcer a história e esconder 76 anos de colonialismo, genocídio e limpeza étnica”.
Al Qamar ainda enfatiza a importância de Altman, que tem raízes judaicas, se posicionar publicamente contra Israel. “Breno Altman, um jornalista judeu, vem e mostra o que é o sionismo e os interesses por trás de todas essas narrativas construídas ao longo de décadas é de um impacto muito positivo à Causa Palestina”, adiciona, lembrando também das perseguições que o fundador de Opera Mundi vem sofrendo pela Confederação Israelita do Brasil (Conib).
Teresina
Contra o Sionismo também percorre a capital piauiense de Teresina, a partir de 26 de junho. Nesse mesmo dia, Altman lança seu livro no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações (SINTTEL) do Estado do Piauí, às 18h.
Promovido pelo site de notícias Pensa Piauí, com apoio da Lamparina Editora, do gabinete do deputado estadual Francisco Limma (PT) e do próprio SINTTEL, o encontro com o autor da obra também conta com um debate que retratará a atualidade do genocídio executado pelo estado sionista de Israel contra o povo palestino.
Para o jornalista Oscar de Barros, um dos organizadores do evento, trata-se de uma discussão de extrema importância, uma vez que “os veículos de comunicação comercial brasileira assumiram o lado de Israel e poucos são os canais que expressam a visão do povo palestino”.
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Lançamento de ‘Contra o Sionismo’ em Teresina (PI), em 26 de junho
A Opera Mundi, Barros revelou que em Teresina, particularmente, são “poucas pessoas” que estão engajadas na luta da causa palestina.
“[Altman vem] Trazendo a luz sobre os fatos reais do que acontece naquela parte do mundo e sendo um contraponto à narrativa que Israel estabeleceu. Vejo a situação do Nordeste tal qual a do Brasil. Na minha visão, o que o Breno faz hoje é de suma importância. No futuro isso será reconhecido”, contou Barros, acrescentando que o autor de Contra o Sionismo “esclarece com firmeza e didatismo as grandes questões em torno deste conflito”.
Ainda de acordo com o organizador, a expectativa é de que, nos dois dias seguintes ao evento, entre 27 e 28 de junho, Altman conceda uma série de entrevistas para emissoras de TV e rádios locais abordando a questão palestina.