Quatro meses após ser retirado do poder por um golpe de Estado, o presidente legítimo de Honduras, Manuel Zelaya, poderá voltar ao cargo para o qual foi eleito democraticamente em 2005. A comissão que o representa chegou a um acordo com a de Roberto Micheletti, líder do regime ditatorial em vigor no país. No início da noite, o arcordo foi assinado por ambas as partes. Logo após o anúncio, centenas de hondurenhos tomaram as ruas de Tegucigalpa para celebrar.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, elogiou o fim do impasse. “Nós estávamos claramente do lado da restauração da ordem constitucional, e isso inclui eleições”, disse Hillary a repórteres durante visita ao Paquistão.
O diálogo “chegou a uma feliz conclusão. Há alguns minutos as delegações designadas para este diálogo assinaram a ata e os textos correspondentes”, afirmou o secretário de Assuntos Políticos da OEA (Organização dos Estados Americanos), Victor Rico.
Fotos: EFE
O subsecretário de Estado dos EUA, Thomas Shannon,
Manuel Zelaya, o vice de Shannon,
Craig Kelly e Dan Restrepo, principal assessor para a América Latina do Conselho de
Segurança Nacional, na embaixada brasileira
Zelaya qualificou o acordo como “triunfo da democracia” para Honduras. “Chamo toda a população, sem reparos sobre nenhuma das ideologias que neste momento estão em vigência: tomemos o acordo com satisfação e com calma e esperemos amanhã (hoje, 30) por sua assinatura final”, comentou Zelaya à Radio Globo, um dos poucos meios de comunicação locais lhe deram apoio.
O líder deposto ressaltou que a missão americana liderada pelo subsecretário de Estado norte-americano Thomas Shannon “teve um papel fundamental”, da mesma forma que a OEA, a União Europeia e todos os países da América.
Para Zelaya, o acordo tem que ser “uma garantia para que o sentido da interrupção democrática que significam os governos de fato sejam experiências” que não voltem a se repetir em Honduras.
Celebração na madrugada de Tegucigalpa
Golpistas
“Foi de acordo das duas comissões que este tema (a restituição de Zelaya) seja resolvido pelo Congresso Nacional”, disse, por sua vez, o chefe da comissão de Micheletti, Armando Aguilar, que ressaltou, porém, que ainda “não se falou de prazos” para que o Congresso tome a decisão sobre o assunto.
Histórico
O acordo põe fim a uma “via crucis”, segundo Zelaya, que foi retirado do poder e mandado por meio de um golpe de Estado no dia 28 de junho, mas conseguiu voltar escondido ao país no mês passado e desde então buscou abrigo na embaixada do Brasil.
Atualizado às 09h45
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