No dia mundial da água, comemorado hoje (22), o presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou que seu governo irá apresentar uma proposta à Organização das Nações Unidas para que a água e os serviços básicos sejam declarados como um “direito humano universal e de livre acesso”.
Nas vésperas do aniversário de dez anos da guerra da água em Cochabamba, que aconteceu em razão da privatização do serviço de abastecimento, a Bolívia organizará a Feira Internacional da Água e a Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra, entre os dias 20 e 22 de abril.
Segundo Evo, a iniciativa é uma resposta ao fracasso da reunião convocada pela ONU em Copenhague, na Dinamarca, em dezembro do ano passado, e tem como principal objetivo “identificar os agressores e os inimigos internos e externos” do meio ambiente.
Em entrevista coletiva, o presidente disse que, assegurando a água como direito humano, a ONU vai “promover o respeito”. Para ele, o objetivo final é impulsionar medidas progressivas para sua aplicação efetiva nacional e internacionalmente.
De acordo com estudo da ONU divulgado no ano passado, até 2030, estima-se que cerca de 700 milhões de pessoas poderão deixar suas cidades em virtude da escassez de água e da falta de saneamento básico.
Evo responsabilizou as mudanças climáticas como uma das causas pela falta de acesso a água potável. Para ele, o principal vilão nessa questão é a industrialização “ilimitada e irracional promovida pelos países desenvolvidos”.
“A tecnologia é importante, mas mais importante é cuidarmos do meio ambiente”, completou.
Projeção
Segundo o jornal boliviano Los Tiempos, Evo acredita que a conferência terá grande projeção internacional, não apenas entre os movimentos sociais, mas também criará expectativas nos Estados, governos e presidentes da Europa, da Ásia, da África e da América.
Evo ratificou a importância de definir uma estratégia para defender a natureza, criar políticas que se atentem para a sobrevivência do planeta, e garantiu que os participantes não se limitarão a criticar as ações das nações industrializadas, mas apresentarão iniciativas concretas.
*Com informações das agências Efe e Ansa.
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